Centenas de manifestantes que pedem reformas políticas na Argélia estavam bloqueados neste sábado pela polícia no ponto de partida de uma manifestação no centro de Argel. O presidente do partido Assembleia pela Cultura e Democracia (RCD), o deputado Said Sadi, foi cercado pelas forças de ordem na Praça dos Mártires antes de começar a manifestação.
As forças de segurança conseguiram isolar os partidários do RCD que participaram de um protesto da chamada Coordenação Nacional pela Mudança e Democracia (CNCD), um movimento nascido há um mês, mas que já sofre divisões internas. Em torno de 20 partidários do presidente Abdelaziz Buteflika também estavam presentes nas ruas da capital, levantando retratos do líder, gritando seu nome e com cartazes com os dizeres: "os argelinos são favoráveis a Buteflika". A polícia argelina voltou a se mobilizar neste sábado na capital do país para impedir uma nova manifestação da oposição que pede reformas políticas, mas com um dispositivo menos importante que em semanas anteriores, comprovaram jornalistas da AFP. O protesto estava previsto para começar às 11h00 locais (07h00 de Brasília) na Praça dos Mártires em direção à Praça de Primeiro de Maio, quatro quilômetros mais longe, o mesmo percurso, mas no sentido contrário, das manifestações proibidas de 12 e 19 de fevereiro. Na Praça dos Mártires, os acessos estavam fechados por centenas de policiais, com capacetes e escudos, enquanto que a Praça Primeiro de Maio também estava ocupada pelas forças de segurança e veículos blindados. No ar, um helicóptero vigiava a zona central de Argel.