O ditador líbio Muamar Kadafi aparenta não ter mais controle da situação em seu país, afirmou o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, em um evento em Roma neste sábado. ''Parece que efetivamente Kadhafi não tem mais o controle da situação na Líbia", disse Berlusconi.
"Se todos chegarmos a um acordo poderemos acabar com esse banho de sangue e apoiar o povo líbio", completou o premiê durante discurso diante do congresso do Partido dos Republicanos italianos (centro-direita). Berlusconi, até agora aliado do líder líbio, Muamar Kadafi, com o qual assinou em agosto de 2008 um tratado de amizade para tentar saldar as dívidas de mais de 30 anos de colonização italiana, destacou que o "cenário geopolítico está mudando, e que a Itália está preocupada com isso". "Ninguém podia prever o que aconteceria na Líbia nem o que aconteceu há algumas semanas na Tunísia e no Egito, e ninguém pode prever o que vai acontecer", completou. Segundo ele, a evolução dos acontecimentos no Norte da África é "muito incerta, porque esses povos poderão aproximar-se da democracia, mas também poderíamos ter de enfrentar perigosos centros de integrismo islâmico". "Existe o perigo de uma emergência humanitária, com dezenas de milhares de pessoas a serem socorridas", repetiu o chefe de governo. A Itália teme a chegada de até 300.000 imigrantes clandestinos em suas fronteiras no caso de queda do regime de Kadafi.