O Conselho de Segurança da ONU reunia-se pelo segundo dia consecutivo neste sábado para tentar aprovar sanções severas contra o regime líbio do coronel Muamar Kadafi com o propósito de deter a sangrenta repressão no país.
Os quinze países-membros do Conselho de Segurança iniciaram as consultas pouco antes das 12h00 locais (14h00 de Brasília). Discutem um projeto de resolução redigido pelos países ocidentais que adverte Kadafi sobre a possibilidade de ele ser julgado por crimes contra a humanidade pela Corte Penal Internacional.
O projeto de resolução prevê um arsenal de sanções, entre elas um embargo sobre a venda de armas à Líbia, a proibição das viagens de Kadafi e o congelamento de seus bens. "Me surpreendeu que exista tal consenso de pontos de vista entre os membros do Conselho. É um terremoto. Alguma coisa acontece, não apenas no mundo árabe, mas nessa organização", afirmou o embaixador francês na ONU, Gérard Araud. "A atmosfera no conselho mudou completamente. Nessa sexta-feira havia uma comunidade total de pontos de vista no Conselho em relação às sanções", disse.
Saif al Islam
O filho do líder líbio Muamar Kadhafi, Saif al Islam, reconheceu neste sábado em uma entrevista à emissora Al-Arabiya que há "uma vontade interior de mudança" na Líbia, mas afirmou que os manifestantes estão sendo manipulados e que a situação é "excelente" na maior parte do país.