O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade sanções contra o regime do líder da Líbia, Muamar Kadafi, pela violência com que vem lidando com os protestos contra seu governo.
O órgão aprovou um embargo à venda de armas, o congelamento de bens e apresentará denúncia contra Kadafi no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade. O presidente americano, Barack Obama, disse que o líder líbio deve deixar o cargo e o país imediatamente. Khadafi controla ainda a capital, Trípoli, mas o leste do país está na mão dos opositores de seu regime.
Pós-Kadafi
Há relatos de que já começaram as discussões sobre a formação de um governo de transição em um cenário pós-Kadafi. Mustafa Abdel-Jalil, que se demitiu do posto de ministro da Justiça em protesto contra a violência usada para lidar com os protestos, disse que um grupo formado por lideranças civis e militares se prepararia para eleições dentro de três meses, de acordo com o jornal privado líbio Qurya.
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Em 2005, o órgão denunciou a situação em Darfur, no Sudão, mas Brasil, Argélia, China e Estados Unidos se abstiveram.
Contradição
Após a votação, o enviado da Líbia para o Conselho de Segurança disse que as sanções dariam “apoio moral” aos opositores do regime.
Os EUA já impuseram sanções unilaterais ao governo Khadafi e fechou sua embaixada no país. A Austrália também disse que imporá sanções a 22 integrantes do círculo do líder líbio.
Nesse sábado, o filho de Khadafi Saif al-Islam disse que a vida segue normalmente em três quartos do país. Mas opositores do regime dizem que controlam 80% do país. “A paz está retornando ao nosso país”, disse ele. Acredita-se que Khadafi controle a maior parte de Trípoli, lar de dois milhões dos 6,5 milhões de habitantes da Líbia.
A oposição controla a cidade de Bhengazi e há relatos de confrontos nas cidade de Misrata e Zawiya, no oeste do país. Milhares de estrangeiros, a maioria empregados da indústria de petróleo, continuam a ser evacuados por ar, terra e pelo mar. Todos os brasileiros já deixaram o país, segundo o Itamaraty.
Correspondentes dizem que milhares de pessoas se encontram no aeroporto de Trípoli tentando embarcar e na fronteira com a Tunísia.