As manifestações opositoras continuam nos países árabes, como Omã, onde neste domingo a polícia reprimiu 250 desempregados, deixando dois mortos, e no Iraque, onde novos protestos estão previstos, enquanto o líder líbio Muamar Kadhafi agarra-se ao poder apesar de isolado e em meio à pressão popular.
Dessa forma, enquanto manifestantes opostos a Kadhafi pareciam ter controlado a cidade de Zauiya, a 50 km de Trípoli, duas pessoas morriam em Omã, depois de disparos da polícia com balas de borracha contra manifestantes que tentavam atacar uma delegacia. Paralelamente, na capital da Tunísia eram registrados confrontos entre policiais e manifestantes opostos ao governo de transição dirigido pelo premiê Mohammed Ghanouchi, que sucumbiu às pressões e anunciou sua renúncia neste domingo. O Ministério do Interior tunisiano anunciou que três pessoas morreram nos confrontos de sábado entre manifestantes e forças de segurança no centro de Túnis e que vários membros das forças de segurança ficaram feridos. O ministério, que também tinha anunciado a prisão no sábado de mais de 100 pessoas e de outros 88 autores de atos de vandalismo na sexta-feira, culpou "grupos de agitadores infiltrados nas filas de manifestantes pacifistas". Em Omã, dois manifestantes morreram e outros cinco ficaram feridos quando a polícia disparou balas de borracha para dispersar um protesto de desempregados que tentavam atacar uma delgacia em Sohar, 200 km ao norte da capital, Mascate, afirmou uma fonte dos serviços de segurança. As manifestações também prosseguiam na Líbia, onde Kadhafi mantinha-se no poder neste domingo, mesmo com pressão popular e sanções da ONU, apesar de a oposição já preparar um governo de transição no leste do país. Os manifestantes anti-Kadhafi pareciam controlar neste domingo a cidade de Az-Zawiyah, perto de Trípoli, onde protestaram contra o regime durante uma visita de jornalistas organizada pelas autoridades. Os jornalistas foram recebidos por milhares de manifestantes reunidos na Praça dos Mártires, no centro da cidade, aos gritos de "Abaixo o regime, queremos liberdade", segundo testemunhas. Muitos manifestantes estavam armados e alguns deles dispararam para o ar durante a manifestação. Seif al Islam, um dos filhos do coronel líbio Muamar Kadhafi, assegurou em entrevista televisionada no sábado à noite que a situação era "excelente" em três quartos do país, mas admitiu a existência de uma "vontade interna de mudança". Por sua vez, militares iraquianos convocaram novos protestos para a sexta-feira em diversas cidades do país, onde ainda permanecem 50.000 soldados americanos, para expressar a decepção dos eleitores quase um ano depois das legislativas de 7 de março. Os protestos já registrados nas principais cidades do Iraque contra a incompetência do governo levaram neste domingo o premiê Nuri al Maliki a dar um prazo de cem dias a seus ministros para melhorar os serviços públicos.