Ministros das Relações Exteriores de diferentes países vão se reunir nesta segunda-feira durante um encontro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, para discutir uma medida conjunta em resposta à crise humana na Líbia. Dezenas de milhares de estrangeiros, em sua maioria egípcios, estão presos perto da fronteira da Líbia com a Tunísia, sem comida e sem abrigo.
Hillary afrimou que irá discutir esforços coordenados tanto nas frentes humanitárias como políticas, com colegas da Europa, do Oriente Médio e do Norte da África. Acredita-se que pelo menos mil pessoas foram mortas durante as duas semanas de conflitos entre ativistas anti-governo e partidários de Khadafi. A ONU estima que que cem mil pessoas fugiram da Líbia na semana passada.
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Atualmente, cerca de mil pesoas por hora estão atravessando a fronteira da Líbia para a Tunísia, disse Muir. De acordo com o enviado da BBC, a situação na região é caótica, mas a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) deve montar um acampamento para refugiados ainda nesta segunda.
A Tunísia está aguardando a chegada de mais aviões e navios com imigrantes vindos da Líbia, mas as autoridades do país contam que não estão sendo capazes de arcar com o grande número de pessoas, como disse à BBC Liz Eyster, uma oficial da ACNUR baseada na Tunísia.
''Eles estão acomodando pessoas em abrigos, escolas e até em suas próprias casas, mas agora ficamos sabendo que eles estão próximos de seu limite e precisam do apoio da comunidade internacional'', afirmou a funcionária da ACNUR.
Monji Slim, o representante local do Crescente Vermelho, descreveu a situação na região como ''uma crise humana''. ''O mundo inteiro precisa se mobilizar para ajudar o Egito a repatriar seus cidadãos'', disse Monji Slim à agência de notícias AFP.
Um dos refugiados presos na região da fronteira afirmou: ''Todas as pessoas estão protestando porque elas querem ir ao Egito. Todos os países estão enviando aviões para resgatar seus cidadãos - Turquia, Coreia, Índia, Bangladesh - todos estão chegando e partindo, exceto pelos egípcios''.
No domingo, um navio grego transportando 148 brasileiros partiu da Líbia com destino à Grécia. Os brasileiros na embarcação eram funcionários da empresa Queiroz Galvão, com sede em Benghazi, a segunda maior cidade do país e que passou para o controle dos rebeldes há alguns dias.
Medidas
O coronel Muamar Kadafi está enfrentando o maior desafio ao seu governo, desde que tomou o poder por meio de um golpe militar, em 1969. Mas ele ainda mantém firme controle sobre a capital, Trípoli.
A região central da cidade de Zawiya, há cerca de 50 quilômetros a oeste da capital, foi tomada por ativistas antigoverno no domingo, enquanto partidários do governo cercam a cidade. A cidade de Benghazi está aos poucos retomando o seu dia a dia, com a reabertura dos bancos, mas, como relatou o repórter da BBC na cidade, Kevin Connelly, ainda não está claro o que vai acontecer quando o dinheiro acabar.
Segundo o repórter da BBC, uma dificuldade adicional que os rebeldes encontram para derrubar Khadafi é o fato de que não há um Exército rebelde capaz de fazer um percurso de 1.600 quilômetros para atacar a última região controlada pelo líder líbio. No sábado, o Conselho de Segurança da ONU apoiou por unanimidade um embargo à venda de armas para a Líbia e o congelamento dos bens de autoridades do país.
O Conselho solicitou ainda que a Kadafi seja referido ao Tribunal Criminal Internacional para investigar possíveis crimes contra a humanidade cometidos pelo líder líbio durante a repressão aos protestos contra o seu governo. Em entrevista à uma rede de TV da Sérvia, Khadafi afirmou que as sanções não surtirão efeito. ''O povo da Líbia me apoia, pequenos grupos rebeldes estão cercados e nós iremos lidar com eles'', afirmou.
O filho de Kadafi, Saif al-Islam, negou que seu pai possua contas no exterior. ''Somos uma família modesta e todos sabem disso'', disse, em entrevista à rede ABC. ''Eles estão dizendo que temos dinheiro na Europa, na Suíça. É uma piada'', afirmou.