Os Estados Unidos afirmaram estar preparados para oferecer "qualquer tipo de assistência" aos líbios que desejam derrubar o regime de Muamar Kadafi. Forças contrárias ao governante tomaram várias cidades no oeste do país e ameaçam seguir até Trípoli. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, uniu-se aos apelos pela renúncia de Kadafi, que incluem o apelo do presidente dos EUA, Barack Obama.
"Nós estamos apenas no começo do que ocorrerá após Kadafi", disse ontem Hillary. "Primeiro nós precisamos ver o fim desse regime, sem mais banhos de sangue", afirmou ela, notando que Washington espera a queda do governante "o
O jornal The New York Times informou na noite desse domingo que funcionários europeus discutem planos para impor uma zona de restrição aérea sobre a Líbia, a fim de se evitar a morte de mais civis por tropas leais a Kadafi.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse no domingo que um tratado de amizade firmado entre a Itália e a Líbia em 2008 estava "suspenso de facto". Segundo o jornal britânico The Times, o acordo inclui uma cláusula de não agressão que, para alguns analistas, complica a posição da Itália, caso ocorra uma intervenção militar na Líbia.
Funcionários dos EUA afirmaram ontem que avaliam se os militares podem interromper a comunicação na Líbia, para que Kadafi não consiga transmitir mensagens à população, disse o jornal. O Conselho de Segurança da ONU impôs proibição a viagens e congelou ativos de pessoas do governo da Líbia.
Investigação
O promotor Luis Moreno-Ocampo, do Tribunal Penal Internacional (TPI), anunciou nesta segunda-feira uma investigação preliminar sobre possíveis crimes contra a humanidade cometidos na Líbia. O anúncio é feito após um pedido de investigação feito pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. "O escritório está atualmente apurando as alegações de ataques disseminados ou sistemáticos contra a população civil", disse Moreno-Ocampo a jornalistas em Haia.
O Conselho de Segurança da ONU enviou no sábado a situação da Líbia para o TPI. O CS notou que "ataques disseminados e sistemáticos atualmente ocorrem contra a população civil, o que pode representar crimes contra a humanidade".