O governo da Líbia organizou um comboio à cidade de Zawiyah, no oeste do país, para mostrar que não está reprimindo os protestos no país.
Partindo de Trípoli, o grupo de jornalistas atravessou as principais avenidas de acesso à capital, fortemente vigiadas, rumo à costa mediterrânea. Já nos subúrbios de Zawiyah, a presença militar de tropas do governo do coronel Muammar Kadhafi era visível.
Depois do último posto de controle, a equipe da BBC deixou para trás a escolta militar e entrou no reduto dos rebeldes no centro da cidade.
Uma velha bandeira monarquista da Líbia foi desfraldada pela oposição, que alega ter tomado o controle da cidade há dez dias.
O governo afirmou ter permitido a entrada de jornalistas para provar que não está usando todo o poderio militar à sua disposição contra os rebeldes. "Eles podem nos matar, fazer o quê? Lutamos pela liberdade e temos uma causa. O que ele tem?", afirmou um morador. "Tudo o que ele quer é a coroa, ele pode ficar com ela e desaparecer", acrescentou ele.
Alguns moradores repassaram à BBC vídeos da tomada da cidade, com imagens de funerais durante o dia e à noite.
Estimativas de mortes variam entre 10 e 20 pessoas. Os rebeldes dizem que os sacrifícios e o que mais vier valeram à pena. Tanto o governo quanto os rebeldes já alertaram sobre o risco de uma guerra civil. Com tanta pressão contra Kadhafi, este é um perigo que parece estar próximo, por mais visíveis que sejam os protestos a favor do governo.