O líder líbio, Muamar Kadafi, afirmou em entrevista à BBC nesta segunda-feira que ele é amado por todo o seu povo e se recusou a admitir que há protestos contra o governo na capital do país, Trípoli.
Kadafi, que está no poder na Líbia desde 1969, disse que seu povo é capaz de morrer para protegê-lo.
Ele riu quando, durante a entrevista, foi sugerida a possibilidade de que ele deixasse a Líbia e disse se sentir traído pelos líderes mundiais que estão pressionando pela sua deposição, acusando-os de querer colonizar a Líbia.
Kadafi voltou a dizer que os manifestantes de seu país estão armados e sob a influência de drogas fornecidas pela rede extremista Al-Qaeda. Ele disse também que ordenou a seus partidários que não atirem contra os manifestantes. Questionado se cogita renunciar, ele disse que não tem cargo oficial ao qual renunciar e voltou a insistir que o poder está com o povo.
Relaxado
Logo após a entrevista, o líbio partiu em um comboio de dezenas de veículos. Horas antes, governos de diversos países condenaram a violência do regime contra os manifestantes que têm saído às ruas da Líbia nas últimas duas semanas, e a União Europeia aprovou sanções e um embargo na venda de armas contra o país norte-africano.
Também nesta segunda-feira, a chanceler americana, Hillary Clinton, instou o líder líbio a “sair agora” do poder e acusou-o de usar “mercenários e bandidos” para atacar civis desarmados e de executar soldados que se recusaram a alvejar seus concidadãos.
No sábado, outras sanções haviam sido impostas pelo Conselho de Segurança da ONU. Há relatos de centenas de mortos em confrontos no país, em um momento em que o líder líbio está acuado e sem o controle de parte das cidades do leste da Líbia.