Um barco com 25 tunisianos foi resgatado por membros das forças de segurança italiana a cerca de cinco quilômetros ao sul da ilha de Lampedusa, após quase afundar no Mediterrâneo na travessia do norte da África para o sul da Itália.
Outras embarcações atracaram durante esta manhã na ilha, totalizando desde a madrugada até o momento 14 barcos, sendo que o último carregava 136 tunisianos.
No momento do resgate, outra embarcação saída do norte da África foi interceptada no início do dia, a 16 quilômetros da ilha, com 24 imigrantes. Um avião da Guarda Financeira avistou ontem à noite 11 barcos indo em direção à costa sul da Itália, aos quais se juntou posteriormente a embarcação socorrida durante a madrugada.
Até às 14h30 locais (10h no horário de Brasília), 1.165 imigrantes estão nos centros de acolhida, sendo que 264 já foram transferidos de cidade ou já estão com passaporte aéreo para serem transferidos. A primeira centena de imigrantes que chegou hoje à ilha foi levada a um avião em direção a Crotone, e outros 64 seriam levados para Porto Empedocle, na cidade de Agrigento.
Os imigrantes, em sua maioria homens tunisianos, levam de 10 a 12 horas para atravessar o Mediterrâneo e chegam a pagar pelo transporte 1.400 euros, o equivalente a R$ 3.222 na atual cotação.
O retorno da onda migratória para Lampedusa levou a ilha novamente ao estado de emergência. A entrada de imigrantes pelo mar havia parado por alguns dias por causa do mau tempo na região. As autoridades italianas temem que cidadãos da Líbia também engrossem o fluxo migratório que entra pela ilha por causa dos conflitos armados entre os insurgentes contra o governo e as forças pró-Muammar Kadafi.
Neste fim de semana, o ditador líbio declarou à imprensa francesa que "milhares de pessoas invadirão a Europa da Líbia, sem que ninguém possa impedir". Ele ainda disse que o chefe da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, se instalará no norte da África e a Europa terá "a sua porta uma Jihad islmâmica".
"Haverá atos de pirataria a 50 quilômetros de suas fronteiras", "será verdadeiramente uma crise mundial", anunciou Kadafi, que atestou que não deixará isso acontecer.