Rasmussen, nesta segunda: Líbia na agenda da aliança militar do Ocidente - Foto: REUTERS/Francois Lenoir
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, advertiu nesta segunda-feira que os ataques contra populações civis na Líbia podem constituir crimes contra a humanidade e afirmou que, se prosseguirem, a comunidade internacional não poderá permanecer "passiva".
"Os ataques generalizados e sistemáticos contra populações civis podem constituir crimes contra a humanidade", afirmou Fogh Rasmussen.
Na semana passada, o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, abriu uma investigação contra o líder líbio Muamar Kadhafi e altos funcionários do regime por supostos crimes contra a humanidade relacionados à repressão da revolta popular desde 15 de fevereiro.
"A resposta atroz de Kadhafi aos protestos gerou uma crise humanitária em nossa porta de entrada (Europa), que diz respeito a todos", afirmou Fogh Rasmussen.
Rasmussen afirmou também que a crise na Líbia será uma das principais discussões dos ministros da Defesa na reunião marcada para o final desta semana. O secretário-geral reiterou que a Otan não tem intenção de intervir na Líbia, mas que é seu trabalho "fazer um planejamento prudente para o caso de qualquer eventualidade".
O líder da Otan afirmou que a última resolução do Conselho de Estado não previu ações armadas, mas se as forças do governo líbio continuarem a atacar a população, "não posso imaginar que as Nações Unidas e a comunidade internacional ficarão impassíveis".
Rasmussen negou as sugestões de que a Otan poderia impor unilateralmente uma zona de restrição aérea na Líbia , dizendo que uma decisão tão complexa como essa precisa de consentimento militar amplo.
Os ministros da Defesa dos 28 países-membros da Otan se encontram em Bruxelas na quinta e na sexta-feira. As informações são da Associated Press.