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Estado de Minas

Wikileaks: EUA consideram o Mercosul um organismo anti-americano


postado em 07/03/2011 15:02 / atualizado em 07/03/2011 16:35

Os presidentes do Uruguai e Argentina, o então presidente do Brasil e o presidente do Paraguai, em reunião de dezembro de 2010: aliança anti-EUA(foto: AFP PHOTO / Evaristo Sá)
Os presidentes do Uruguai e Argentina, o então presidente do Brasil e o presidente do Paraguai, em reunião de dezembro de 2010: aliança anti-EUA (foto: AFP PHOTO / Evaristo Sá)
Os Estados Unidos consideram o Mercosul um organismo "anti-americano" e temem a incorporação da Venezuela ao bloco integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, segundo uma nota do Wikileaks publicada nesta segunda-feira pelo jornal argentino Página 12. "O Mercosul gradualmente foi se transformando de uma união alfandegária em uma organização mais restritiva e anti-americana", assinala um texto que é o resumo de uma reunião de embaixadores americanos no Cone Sul realizada no Rio de Janeiro, em maio de 2007. Os diplomatas consideraram que a "entrada da Venezuela no Mercosul altera claramente o balanço e a dinâmica da organização", segundo o documento da conferência "Uma perspectiva do Cone Sul sobre a Influência Chávez". A entrada da Venezuela no Mercosul continua bloqueada, apesar de um protocolo de adesão ter sido assinado em março de 2006. Mas até agora não entrou em vigor porque o senado do Paraguai não ratificou a decisão. O Senado brasileirou aprovou a entrada da Venezuela por 35 votos a 27, em dezembro de 2009. Os diplomatas analisaram também o peso de Chávez na região e concluíram que "a campanha para expandir sua influência no Cone Sul é multifacetada e repousa em boa parte, mas não totalmente, em uma generosa assistência energética e em acordos de investimentos". Neste sentido, entendem que "poucos países provaram ser capazes de resistir à atração da ajuda venezuelana e de seus pacotes de investimentos", mas destacam que, apesar de "a influência de Chávez na região se expandir significativamente, os líderes regionais suspeitam de seus motivos e objetivos". "Os Estados Unidos não podem esperar que os líderes da região acudam em nossas defesa", segundo os embaixadores, que avaliam que a "resposta correta a Chávez" é uma comunidade democrática e, inclusive, que assegure futuro mais próspero para os cidadãos. A nota assinala uma suposta rivalidade pelo protagonismo na região entre Chávez e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirma que "essa fricção proporciona uma oportunidade". "O que levou o Brasil a apoiar a admissão da Venezuela ao Mercosul foi a crença de que Chávez poderia ser controlado mais facilmente se estivesse dentro do organismo do que se o deixasse a sua própria inspiração fora ele", afirma o texto. A informação foi publicada pelo Página12 como parte de 2.000 telegramas sigilosos da diplomacia americana sobre a Argentina que foram entregues pela organização WikiLeaks.


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