Refugiados que deixaram a Líbia caminham no acampamento Choucha, na Tunísia, nesta terça - Foto: AFP PHOTO/ DOMINIQUE FAGET O governo da Líbia quer que a Organização das Nações Unidas (ONU) investigue a onda de violência durante a sangrenta revolta do país, segundo informou um oficial sênior da União Europeia nesta terça-feira. O funcionário, que retornou de Trípoli na noite de segunda-feira, disse que representantes do alto escalão do Ministério das Relações Exteriores da Líbia ofereceram à ONU para que envie uma missão de investigação ao país com liberdade para viajar e circular sem restrições por toda a nação norte-africana, tendo uma escolta de segurança.
Muitos dentro da União Europeia, no entanto, continuaram a culpar o líder líbio Muamar Kadafi pela violência contra civis. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês, Bernard Valero, disse que Kadafi "continua a atirar contra seu próprio povo" e acrescentou que Paris está considerando todas as opções, incluindo as zonas de exclusão aérea, para tentar colocar um fim à crise.
A França e a Grã-Bretanha assumiram a liderança no planejamento de uma zona de exclusão aérea sobre Líbia, mas outros membros da UE são mais céticos. Não estava claro se o governo líbio enviou o pedido diretamente às Nações Unidas.
Os oficiais da UE, que falaram sob condição de anonimato, afirmaram que os oito remanescentes embaixadores das nações da UE em Trípoli também pediram uma visita independente da ONU para verificar as alegações de abuso de direitos humanos. Mas o porta-voz da UE, Michael Mann, disse que a UE não iria transmitir mensagens do regime de Kadafi e minimizou o apelo dos embaixadores em Trípoli, dizendo que a política da União Europeia foi feita em Bruxelas. A posição do bloco de 27 países é que o regime de Kadafi deve renunciar.
Em Londres, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos avaliou que uma potencial zona de exclusão aérea teria um impacto pequeno sobre o uso de helicópteros de ataque de forças leais a Kadafi contra os oponentes. Os especialistas afirmaram que os métodos para assegurar restrições contra jatos de alta velocidade, normalmente, não conseguem barrar helicópteros que se movimentam mais lentamente. As informações são da Associated Press.