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Estado de Minas

Líder do Iêmen propõe adoção de regime parlamentarista


postado em 10/03/2011 13:28



O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, anunciou nesta quinta-feira a proposta de adotar uma série de reformas políticas no país, incluindo a separação dos poderes de governo e a adoção de um sistema parlamentarista.

Falando a milhares de pessoas reunidas na capital do país, Sanaa, Saleh, que está há cerca de 32 anos no poder, apresentou "uma nova iniciativa para evitar a revolta" no país e convidou a oposição a participar de um governo de unidade e a ajudar a escrever uma nova Constituição.

Saleh propôs implantar “um sistema parlamentarista no qual todos os poderes executivos serão transferidos para um governo eleito pelo Parlamento até o final de 2011 (ou) início de 2012".

O presidente também anunciou que será realizado neste ano um referendo “antes do fim do ano” para a aprovação das mudanças, incluindo uma nova lei eleitoral.

O anúncio de Saleh foi feito após semanas de protestos de oposicionistas, que vêm exigindo mudanças no regime. Pelo menos 30 pessoas já morreram em choques entre as forças de segurança do país e os manifestantes.

Oposição rejeita


A televisão estatal do Iêmen interrompeu a programação para transmitir o discurso de Saleh, que disse que já tinha certeza de que as propostas não seriam aceitas pela oposição.

No entanto, o líder disse que iria deixar o povo decidir "para fazer a coisa certa". Os grupos de oposição disseram que a proposta do presidente foi feita tarde demais. "As exigências nas ruas vão além disso e são maiores do que isso", disse o porta-voz da oposição Mohamed Qahtan, logo depois da transmissão do discurso.

Outro porta-voz da oposição, Yassin Said Numan, rejeitou a proposta do presidente e pediu que os protestos continuem até que Saleh se afaste do poder.

Na terça-feira, a polícia abriu fogo contra manifestantes que estavam acampados perto da universidade em Sanaa, ferindo dezenas. Nesta quarta-feira, outras duas pessoas foram mortas em protestos.

Uma grande manifestação já está planejada para sexta-feira. Em seu discurso, Saleh também disse que ordenou às forças de segurança que garantam a segurança dos manifestantes.

História

A república iemenita foi criada depois que o Iêmen do Norte e o Iêmen do Sul se juntaram em 1990. Saleh liderava a República Árabe do Iêmen, no norte do país, desde 1978, quando assumiu o poder depois de um golpe militar.

As primeiras eleições presidenciais diretas ocorreram apenas em 1999. Apesar de ser, na teoria, um sistema multipartidário, a política do Iêmen é dominada pelo partido de Saleh, o Congresso Geral do Povo, desde a unificação.

Opositores iemenitas vêm protestando desde fevereiro, inspirados pelas revoltas em países vizinhos.
Além da renúncia de Saleh, eles pedem mais oportunidades de emprego e o fim da corrupção.
Saleh, que está no poder desde 1978, afirma que pretende deixar a Presidência a partir de 2013.
Cerca de 40% da população do Iêmen vive com menos de US$ 2 por dia e um terço passa fome, segundo indicadores internacionais. Um em cada dois iemenitas possui armas, e analistas dizem que o país está próximo de ser considerado um Estado falido.


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