Começa audiência polêmica sobre "radicalização" muçulmana nos EUA
"A Al-Qaeda compreendeu que as medidas tomadas depois do 11 de setembro tornaram muito difícil a organização de um atentado em grande escala em solo americano vindo do exterior. Por isso, a organização modificou sua estratégia e passou a recrutar ou a utilizar pessoas que vivem legalmente nos Estados Unidos", afirmou, resumindo sua posição.
Três políticos americanos se levantaram para exprimir apoio ou divergência em relação à audiência.
Ante uma ameaça islâmica real, "devemos conduzir uma investigação minuciosa e justa que não cause preconceitos", protestou o deputado democrata e muçulmano Keith Ellison. Os cidadãos americanos que se envolvem em atividades terroristas são "indivíduos, não comunidades", insistiu, rejeitando estereótipos.
"Uma audiência como esta parte do princípio que a comunidade muçulmana como um todo deve ser responsabilizada" pela ação de algumas pessoas, lamentou ainda, apresentando à comissão, muito emocionado, a mãe de um socorrista muçulmano morto no World Trade Center, no dia 11 de setembro de 2001, "um americano que deu sua vida por americanos".
Grupos de defesa de direitos humanos, parte da comunidade muçulmana do país e vários pesquisadores denunciaram o caráter simplista da audiência. Essas organizações compararam na quarta-feira, durante uma coletiva de imprensa, Peter King a Joseph McCarthy (1908-1957), o senador americano que conduziu uma caça às bruxas contra comunistas nos anos 1950.