No começo de fevereiro, Patriota negou que o Brasil estivesse "disposto a apoiar" os movimentos que pediam a queda do então ditador Hosni Mubarak no Egito - frase dita pelo secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no Fórum Social Mundial. Na época, Patriota afirmou: "compete sobretudo aos egípcios, eles próprios, decidirem como vão encaminhar essa situação. O Brasil nunca disse que vê com bons olhos as manifestações . As manifestações são um fato da realidade. Refletem uma tensão interna no sistema egípcio (...) Então, temos de tomar muito cuidado com as declarações".
A entrevista foi anterior ao começo das revoltas na Líbia.
Evolução pacífica
Apesar dos fatos violentos que cercam os protestos, Patriota afirmou que a expectativa do governo brasileiro é que haja uma evolução pacífica. “Desejamos que essas manifestações evoluam de forma pacífica. Acho que, se existe crise, também existe oportunidade”, disse ele, no final da sua viagem à China, na semana passada.
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De acordo com Patriota, o fator que impulsiona as manifestações é o desejo de maior participação popular. “Os manifestantes desejam maior participação no destino de seus países, maior participação política, maiores oportunidades para suas economias, maiores oportunidades de emprego, dignidade e soberania”, disse.
O chanceler afirmou ainda que o Brasil respeita as “questões internas” quando o governo tenta atuar como “ponte” entre a comunidade internacional e alguns países. “Às vezes, o Brasil tenta agir como uma ponte, para unir os dois lados, e abstenções podem ser justificadas neste contexto.”