Jornal Estado de Minas

Japão emite alerta de emergência para usina nuclear

Agência Estado
O governo japonês emitiu um alerta oficial de emergência para uma das usinas nucleares do país, após o violento terremoto que atingiu o país paralisar automaticamente seus reatores e causar problemas com seu sistema de refrigeração. Segundo as autoridades, porém, não há nenhuma informação sobre vazamentos radioativos. "Não há relatos sobre vazamento em nenhuma das usinas nucleares no momento e não há sinais de qualquer vazamento", afirmou hoje o secretário de gabinete, Yukio Edano. Como resultado do estado de emergência, o governo estabelecerá uma força-tarefa especial para emergências para lidar com a situação.
Na usina Fukushima Daiichi, da Tokyo Electric Power, três reatores pararam de operar automaticamente, como projetado, após o terremoto de magnitude 8,9 atingir o nordeste do Japão. O tremor também fez com que os geradores a diesel usados para refrigerar os reatores parassem de operar, deixando a companhia sem o líquido refrigerador suficiente para manter os reatores em uma temperatura segura.

Outros três reatores na usina Onagawa, em Miyagi, da Tohoku Electric Power, próximos do epicentro do terremoto, também pararam de operar automaticamente. Algumas horas depois, a companhia informou que havia observado fumaça saindo de um prédio onde fica um dos reatores, e disse que está checando a segurança do reator. Mas ressaltou que não foi registrado vazamento de substâncias radioativas.

O grupo de engenharia nuclear francês Areva afirmou que não havia sido informado sobre o impacto do tremor para suas instalações no Japão. A companhia opera uma joint venture com a Mitsubishi Heavy Industries e a Mitsubishi Corp., especializada no combustível nuclear chamado de MNF, bem como uma usina para produção de zircônio, a Cezus, que é de propriedade total da Areva. Todas as outras companhias japonesas que operam usinas de energia nuclear informaram que suas instalações operam normalmente.

A Tokyo Electric enviou um relatório sobre o fechamento de sua usina a autoridades locais e centrais. Esses relatórios são preenchidos quando há a possibilidade de um vazamento radioativo que pode levar à retirada de moradores ou a outras emergências, como a falta do líquido refrigerador para manter os reatores em temperaturas adequadas.

Três reatores, com uma capacidade combinada de geração de 2,03 milhões de quilowatts, são parte da usina nuclear Fukushima Daiichi, localizada na costa do Pacífico, na prefeitura de Fukushima, ao norte de Tóquio. Os outros três outros reatores da usina não estavam operando no momento do terremoto, por causa de uma vistoria de rotina.

A Tokyo Electric é a operadora da maior usina nuclear do Japão, chamada Kashiwazaki-Kariwa, que ficou fechada por um período longo após o terremoto de 2007 que atingiu a área de Niigata, na costa do Mar do Japão. A perda de capacidade de gerar energia fez com que a TEPCO buscasse ampliar a geração de energia com termelétricas. Os altos custos para se obter combustível de petróleo reduziram bastante os lucros da companhia. Isso também levou a questionamentos sobre a construção de grandes usinas nucleares em áreas onde há risco de terremotos no país. Essa usina, porém, não foi afetada pelo terremoto desta sexta-feira.