(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Demonstração maciça de força na Arábia Saudita cala dissidentes


postado em 11/03/2011 17:22

(foto: REUTERS/Stringer)
(foto: REUTERS/Stringer)
A Arábia Saudita lançou uma maciça operação de segurança nesta sexta-feira, em uma ameaçadora demonstração de força para dissuadir os manifestantes de levar adiante o plano de celebrar um "Dia de Fúria" para pressionar a adoção de reformas democráticas no reino conservador. Manifestações ilegais estavam previstas para o meio-dia, depois das orações desta sexta-feira, dia santo para os muçulmanos, mas enquanto as mesquitas se esvaziavam não havia sinais de passeatas e as forças de segurança controlavam postos de controle em localizações chave de várias cidades.
(foto: REUTERS/Stringer)
(foto: REUTERS/Stringer)
No estragégico centro comercial Olaya, na capital Riad, onde manifestantes foram convocados a se reunir, centenas de membros de segurança cercaram uma mesquita e examinavam os documentos dos motoristas. Clérigos faziam sermões contra as manifestações, dizendo que a agitação pública era injustificada segundo os ensinamentos islâmicos e só espalhariam o caos. Na internet, ativistas usaram Facebook e Twitter para convocar um "Dia de Fúria" e uma "Revolução Saudita 11 de março", pedindo a eleição de um Parlamento e de um governante nesta monarquia conservadora islâmica. Outros ativistas convocaram, também usando o Facebook, protestos nacionais para 20 de março. O ministério da Informação levou jornalistas para um tour por Riad, que revelou apenas uma forte presença das forças de segurança, sem sinais de manifestações. A cidade portuária de Jidá, no Mar Vermelho, a segunda maior cidade saudita, também estava calma com um número significativo de policiais nas ruas. A tensão era elevada na cidade de Al-Qateef, na província oriental, onde três manifestantes xiitas foram alvejados e feridos por policiais que dispersavam um protesto na noite de quinta-feira. Os disparos foram feitos quando de 600 a 800 manifestantes, todos xiitas e incluindo mulheres, tomaram as ruas da cidade de Al-Qateef para exigir a libertação de nove prisioneiros xiitas, disse uma testemunha, que pediu para ter sua identidade preservada. Um pequeno protesto pedindo reformas e a libertação de prisioneiros xiitas também ocorreu na sexta-feira, disse uma testemunha à AFP, mas não houve informes de violência. A Arábia Saudita, com cerca de um quarto das reservas de petróleo do mundo, é chave para a segurança no Oriente Médio e sinais de instabilidade no reino são nervosamente monitorados pelos Estados Unidos e por outras potências. Até agora, o reino tem sido poupado da rebelião política que tomou de assalto países vizinhos como o Iêmen e varreu do poder lideranças autocráticas de Egito e Tunísia. O ativista de direitos humanos Fuad al-Farhan disse que o povo saudita quer mudanças, mas "não está pronto para se revoltar". "Isto explica porque as convocações de protestos fracassaram miseravelmente", disse. Os ativistas pedem reformas amplas, como a adoção de um governo representativo, um judiciário independente, a abolição da polícia secreta, a libertação de todos os prisioneiros políticos e garantia de liberdade de expressão. Na área econômica, pedem um salário mínimo de 10.0000 rials (US$2.667) e trabalho em um país onde a taxa de desemprego é de 10,5% e chega a cerca de 30% na população com idades entre 20 e 29 anos. A origem da inquietação deve-se, em parte, à distribuição desigual da riqueza derivada do petróleo, enquanto cerca de 40% da população vivem em relativa pobreza. Ao retornar de uma cirurgia nos Estados Unidos no mês passado, o rei Abdullah decretou benefícios estimados em mais de US$ 30 bilhões nas áreas de habitação e seguro-desemprego.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)