Às vésperas da chegada do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Brasília, os textos dos acordos que ele assinará com a presidente Dilma Rousseff ainda estão sendo finalizados. Os principais entraves são jurídicos e políticos, segundo negociadores de ambos os países. Um dos temas mais delicados é o Tratado de Cooperação Econômica (cuja sigla em inglês é Teca). No total, Dilma e Obama deverão firmar 20 parcerias. Obama fica nos dias 19 e 20 (sábado e domingo).
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Os 10 pontos mais importantes do "Estado da União" de Obama em 2011Piñera reconhece Brasil como potência e critica VenezuelaPatriota muda de posição e se solidariza com manifestações nos países muçulmanosHillary cumprimenta 'liderança internacional' do BrasilEquipe de segurança vistoria os lugares onde o presidente Obama visitaráPresidente dos EUA discursará em Cinelândia isoladaObama fará discurso na Cinelândia, no RioPorém, há acordos já praticamente certos, como o que define planos para a divulgação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, em parceria com a iniciativa privada e o governo americanos.
Outra parceria que também está com o esboço do texto elaborado é a que trata de cooperação na área de Previdência Social. Pelo acordo, aquele que paga a Previdência nos Estados Unidos e resolve mudar para o Brasil aproveitará o que foi investido. A medida pode beneficiar cerca de 1 milhão de brasileiros.
Na área social, a ideia é fechar um acordo estabelecendo propostas para os esforços comuns na luta pela igualdade de gêneros e raça.
Discurso ao público
Na visita ao Brasil, Obama está determinado a discursar para o público, a exemplo do que fez em 2008, em Berlim (ainda como candidato), e depois em 2009, no Cairo. Tanto na Alemanha quanto no Egito, Obama defendeu a paz como base para o diálogo internacional. A tendência, de acordo com organizadores da viagem, é que o tema seja o mesmo. Porém, no Brasil o local para o discurso ainda não foi escolhido.
Um grupo de assessores defende que Obama fale para um público mais restrito em Brasília e que o discurso seja direcionado a empresários. Há também um grupo favorável a um público mais amplo, com o discurso aberto para a sociedade em geral. Nesse caso, o Rio de Janeiro será o palco, com direito a telão para tradução simultânea. As opções, no Rio, vão desde o Maracanãzinho até Copacabana e a Cinelândia. Uma equipe de norte-americanos desembarca neste sábado no Rio para decidir.
No entanto, Obama já manifestou interesse em uma agenda livre no Rio de Janeiro no domingo, dia 20. De manhã e à noite, o presidente, a primeira-dama Michelle Obama, e as filhas Malia, de 11 anos, e Sasha, de 9, poderão escolher o que fazer. No que depender dos assessores americanos, as alternativas são várias.
Assessores de Obama examinaram outras comunidades que também passaram pelo processo de pacificação, entre elas a Cidade de Deus, na zona oeste do Rio, que também virou tema de um filme, Cidade de Deus (2002), que conta a evolução do crime organizado na região.
Assim como em Brasília, no Rio Obama também vai se reunir com empresários.
Para os diplomatas brasileiros, a visita de Obama ao Brasil com a família é a demonstração de que as relações dos Estados Unidos com o Brasil vão além das questões de Estado, como a manutenção de laços comuns, que unem nações que nasceram da colonização e progrediram definindo o próprio rumo.
Do Brasil, Obama seguirá para o Chile, onde fica de 21 a 22 deste mês, e depois para El Salvador, onde ficará apenas no dia 23. De acordo com o governo chileno, na visita do presidente americano serão abordados vários temas de interesse comum dos dois países.