As construções no Brasil não são projetadas para suportar terremoto da magnitude (8,9 pontos na Escala Richter) como o ocorrido no Japão. Medidas que reduziriam o impacto dos tremores nas edificações brasileiras não fazem parte das normas de projeto e construção. Segundo o professor de engenharia de estrutura da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Amorim de Paula, isso não ocorre pela baixa incidência de eventos sísmicos no território brasileiro e pelo alto custo que tais medidas representariam.
A possibilidade de ocorrência de terremoto de tamanha magnitude praticamente inexiste no Brasil. No entanto, caso o evento viesse a ocorrer seriam evidentes as diferenças estruturais das edificações brasileiras em comparação às japonesas. Desde detalhes, como a disposição das caixas-d’ água, até questões estruturais, como a não existência de um isolamento nas fundações dos edifícios, aumentariam o riscos de morte no Brasil em casos de terremotos.
No Brasil, de acordo com Fernando, somente as edificações de grande porte, como a ponte Rio-Niteroi e as centrais nucleares, são projetadas tendo em vista terremotos. Os projetos de edificações e casas brasileiras levam em conta as cargas permanentes (peso constante das edificações), cargas acidentais (relacionadas ao uso dos ambientes), a variação de temperatura e, principalmente, o impacto do vento. “No Brasil, há preocupação com os abalos sísmicos, mas em um nível reduzido, pois os terremotos verificados são de baixa intensidade, e o impacto não afeta o aspecto final da estrutura. A nossa maior preocupação é com o vento”, afirma.