Jornal Estado de Minas

Governo do Japão diz que usina nuclear está " sob controle"

Agência Estado

A radioatividade medida em uma hora alcançou o máximo anual admissível no Japão e deixou preocupação - Foto: REUTERS/Asahi Shimbun

O governo do Japão disse neste sábado que está adotando medidas para impedir a deterioração da usina nucelar Dai-ichi, em Fukushima, atingida hoje por uma explosão que destruiu o edifício que abriga um de seus seis reatores. O container do reator número 1 foi preenchido com água do mar numa operação de resfriamento que durou cerca de cinco horas. "Temos a situação sob controle", disse o principal o secretário-chefe de gabinete, Yukio Edano, principal porta-voz do governo, durante entrevista coletiva. Ele disse que a explosão, causada por gás hidrogênio em contato com oxigênio, destruiu apenas a estrutura externa do edifício e não danificou o container, uma "casa" de metal que envolve o reator.

Segundo Edano, a radiação em torno da usina de Dai-ichi diminuiu após o incidente, embora ele não tenha explicado como e porque isso aconteceu. A pressão no reator também cedeu, disse.

A explosão foi precedida de muita fumaça branca, que se intensificou até formar uma enorme nuvem que envolveu toda a usina. Depois, as paredes do edifício que abrigava o reator ruíram. Quatro trabalhadores sofreram fraturas e foram encaminhados a um hospital.

Os problemas no reator 1 começaram após o terremoto de 8,9 graus na escala Richter, que foi seguido de um tsunami que atingiu a costa nordeste do Japão, ontem.

Veja o infográfico da tragédia

Cerca de 24% da eletricidade do país é gerada por 55 reatores nucleares em 17 usinas. Algumas apresentaram problemas após o tremor. O governo declarou estado de emergência em duas delas depois de problemas em seus sistemas de resfriamento. Embora Edano tenha minimizado os temores sobre um vazamento, o porta-voz da agência nuclear japonesa, Shinji Kinjo, reconheceu que há perigo de um colapso, que seria uma falha grave nos sistemas da usina e em sua capacidade de gerenciar as temperaturas.


Veja o infográfico sobre os perigos das usinas no Japão

Yaroslov Shtrombakh, um especialista russo em energia nuclear, disse que um colapso como o de Chernobyl é improvável. "Acredito que o sistema de contenção está funcionando e não haverá uma grande catástrofe", disse. Em 1986, o reator nuclear de Chernobyl explodiu e pegou fogo, deixando vazar uma nuvem de radiação que se estendeu pela maior parte da Europa.

No Japão, o reator da usina de Fukushima deixou vazar alguma radiação. Antes da explosão operadores detectaram níveis oito vezes maiores fora das instalações e mil vezes maiores dentro da sala que contém o reator número 1. A área de evacuação em volta da usina aumentou de 10 para 20 quilômetros. Cerca de 51 mil pessoas tiveram que sair da região. As informações são da Dow Jones e da AP.

Isolamento

As autoridades japonesas ampliaram para 20 quilômetros o raio da zona evacuada em torno das centrais nucleares de Fukushima, danificadas pelo violento sismo que devastou o Nordeste do Japão na sexta-feira (11), de acordo com agências de notícias nipônicas.

Essa precaução suplementar, ordenada pelo gabinete do primeiro-ministro japonês, foi tomada pouco menos de quatro horas depois de uma explosão ter destruído o edifício que abrigava o reator principal da usina. Quatro empregados ficaram levemente feridos devido à explosão. Anteriormente, o reator tinha registado problemas de refrigeração e de aumento de pressão.

A companhia de eletricidade que administra a central, Tokyo Electric Power (Tepco), foi instruída para abrir as válvulas do reator para soltar o vapor radioativo e baixar a pressão interna, que estava anormalmente elevada.

As autoridades estão adotando “todas as medidas para assegurar a segurança dos habitantes”, afirmou o porta-voz do governo, Yukio Edano, durante uma entrevista coletiva.