O governo do Japão disse neste sábado que está adotando medidas para impedir a deterioração da usina nucelar Dai-ichi, em Fukushima, atingida hoje por uma explosão que destruiu o edifício que abriga um de seus seis reatores. O container do reator número 1 foi preenchido com água do mar numa operação de resfriamento que durou cerca de cinco horas. "Temos a situação sob controle", disse o principal o secretário-chefe de gabinete, Yukio Edano, principal porta-voz do governo, durante entrevista coletiva. Ele disse que a explosão, causada por gás hidrogênio em contato com oxigênio, destruiu apenas a estrutura externa do edifício e não danificou o container, uma "casa" de metal que envolve o reator.
A explosão foi precedida de muita fumaça branca, que se intensificou até formar uma enorme nuvem que envolveu toda a usina. Depois, as paredes do edifício que abrigava o reator ruíram. Quatro trabalhadores sofreram fraturas e foram encaminhados a um hospital.
Os problemas no reator 1 começaram após o terremoto de 8,9 graus na escala Richter, que foi seguido de um tsunami que atingiu a costa nordeste do Japão, ontem.
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Yaroslov Shtrombakh, um especialista russo em energia nuclear, disse que um colapso como o de Chernobyl é improvável. "Acredito que o sistema de contenção está funcionando e não haverá uma grande catástrofe", disse. Em 1986, o reator nuclear de Chernobyl explodiu e pegou fogo, deixando vazar uma nuvem de radiação que se estendeu pela maior parte da Europa.
No Japão, o reator da usina de Fukushima deixou vazar alguma radiação. Antes da explosão operadores detectaram níveis oito vezes maiores fora das instalações e mil vezes maiores dentro da sala que contém o reator número 1. A área de evacuação em volta da usina aumentou de 10 para 20 quilômetros. Cerca de 51 mil pessoas tiveram que sair da região. As informações são da Dow Jones e da AP.
Isolamento
As autoridades japonesas ampliaram para 20 quilômetros o raio da zona evacuada em torno das centrais nucleares de Fukushima, danificadas pelo violento sismo que devastou o Nordeste do Japão na sexta-feira (11), de acordo com agências de notícias nipônicas.
Essa precaução suplementar, ordenada pelo gabinete do primeiro-ministro japonês, foi tomada pouco menos de quatro horas depois de uma explosão ter destruído o edifício que abrigava o reator principal da usina. Quatro empregados ficaram levemente feridos devido à explosão. Anteriormente, o reator tinha registado problemas de refrigeração e de aumento de pressão.
A companhia de eletricidade que administra a central, Tokyo Electric Power (Tepco), foi instruída para abrir as válvulas do reator para soltar o vapor radioativo e baixar a pressão interna, que estava anormalmente elevada.
As autoridades estão adotando “todas as medidas para assegurar a segurança dos habitantes”, afirmou o porta-voz do governo, Yukio Edano, durante uma entrevista coletiva.