Os protestos contra o governo de Saleh, que já dura 32 anos, começaram há quatro semanas e já deixaram 30 mortos. Na sexta-feira (11), os policiais já tinham reprimido milhares de manifestantes pró-democracia não apenas no Iêmen, mas também no Bahrein e na Arábia Saudita. Na cidade iemenita de Aden, pelo menos seis pessoas ficaram feridas.
As forças de segurança abriram fogo contra uma multidão que tomou as ruas da cidade exigindo a renúncia do presidente Saleh, em protestos inspirados nas revoltas que antecederam a queda de presidentes no Egito e na Tunísia. Na capital iemenita, as manifestações começaram depois das tradicionais orações islâmicas da sexta-feira, em frente à Universidade de Sanaa, principal palco dos protestos que começaram em fevereiro.
Além da renúncia do presidente, os manifestantes pedem mais oportunidades de emprego e o fim da corrupção no país. Na quinta-feira, Saleh fez a proposta de adotar reformas políticas no país, incluindo a separação dos poderes de governo e a adoção de um sistema parlamentarista. A oposição, no entanto, não aceitou dialogar com o presidente.
Saleh, que está no poder desde 1978, disse anteriormente que pretende deixar a Presidência a partir de 2013. A república iemenita foi criada depois que o Iêmen do Norte e o Iêmen do Sul se juntaram, em 1990. Saleh liderava a República Árabe do Iêmen, no norte do país, desde 1978, quando assumiu o poder depois de um golpe militar. As primeiras eleições presidenciais diretas ocorreram apenas em 1999. Apesar de ser, na teoria, um sistema multipartidário, a política do Iêmen é dominada pelo partido de Saleh, o Congresso Geral do Povo, desde a unificação.