Confira o infográfico sobre o risco de desastre nuclear
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Chaleira
Pode-se comparar o centro de um Reator de Água em Ebulição (BWR, na sigla em inglês), como o da usina Fukushima, como uma versão gigante dos componentes de uma chaleira elétrica. Eles ficam lá, submersos, esquentando. A água o resfria e carrega o calor – normalmente na forma de vapor – para que seja usado para movimentar turbinas e gerar eletricidade.
Se o fluxo de água é interrompido, começam os problemas. O centro do sistema esquenta demais e é preciso de mais água para gerar o vapor. Esse vapor provoca uma imensa pressão dentro do reator – um grande container vedado – e se esse centro de metal fica quente demais, ele pode derreter e até pegar fogo.
Mas, em teoria, a radiação fica apenas no container – que tem vários dispositivos de segurança, não havendo vazamento para o exterior.No entanto, esses dispositivos nem sempre funcionam, como ocorreu em Fukushima.
Como terremoto, três dos reatores foram desligados. Mas o tremor também interrompeu o fluxo de água responsável pelo resfriamento. Geradores a diesel foram instalados para fornecer energia em situações como essa. Mas eles pararam de funcionar depois de uma hora, por razões ainda desconhecidas.
Dúvidas
Aliás, o incidente todo envolve mais questões do que resposta. Um paralelo com acidente nuclear americano de 1979 sugere que algumas das dúvidas serão solucionadas em breve, enquanto outras podem demorar meses e até anos para vir à tona. A longo prazo, Fukushima traz questões mais amplas, a serem respondidas dentro e fora do Japão.
Se levarmos em conta que outras usinas nucleares japonesas já foram atingidas por terremotos, é questionável se elas devem ser construídas na costa leste, logo ao lado de uma zona sísmica ativa.
E se lembrarmos que o acidente nuclear nos EUA pôs fim à construção de reatores no país, qual o impacto de Fukushima em uma era em que muitos países – como a Grã-Bretanha, estão considerando investir novamente na indústria nuclear?