O porta-voz do chefe do governo japonês, Yukio Edano, disse neste domingo que a pressão no reator número 3 da usina de Fukushima está subindo e que uma medição no local mostra que o nível de água para esfriar o reator não está se elevando. Edano disse porém que não houve mudanças no nível de radiação no local.
Combustível é muito tóxico
O MOX, combustível utilizado na usina nuclear japonesa de Fukushima, é material particularmente tóxico, informou uma ONG francesa, a Rede Sair do Nuclear (Sortir du nucléaire, RSN). O reator N°3 em particular, está exposto ao superaquecimento e funciona com o MOX ("mistura de óxidos") um combustível "extremamente perigoso que entra mais facilmente em fusão que os clássicos", diz a RSN.
Composto de urânio e de plutônio, provenientes de dejetos nucleares reciclados, o MOX é "bem mais reativo que os combustíveis padrões", explicou à AFP Jean-Marie Brom, engenheiro atômico, diretor de pesquisas no CNRS (organismo público de pesquisa), e que é, também, membro do RSN. "O plutônio, que não existe em estado natural, é veneno químico violento", explicou.
Segundo o RSN, sua "toxicidade é temível: basta inalar uma partícula para desenvolver câncer de pulmão". O Japão começou recentemente a utilizar o MOX para fazer funcionar suas usinas nucleares e previu, em 2008, ampliar progressivamente seu uso em 2011-2012. Um contrato de fornecimento de MOX foi feito com a empresa nuclear francês Areva.
Segundo operadores, na usina nuclear de Fukushima (a 250 km a nordeste de Tóquio) os sistemas de manutenção do nível líquido de resfriamento do reator N°3 estavam "em pane". O governo japonês chegou a prevenir que "não se pode excluir uma explosão", como a de sábado no reator N°1 da mesma central nuclear.