As forças de Muamar Kadafi expulsaram os combatentes rebeldes de Brega, uma importante cidade petrolífera, neste domingo com ondas de artilharia e ataques aéreos, estendendo seu rápido avanço sobre os opositores. Enquanto isso, os Estados Unidos enviam importantes diplomatas para fazer contato com oponentes de Kadafi em Paris, na medida em que as potências mundiais consideram os riscos de estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
Autoridades rebeldes em Benghazi disseram que Brega, local onde está instalado um importante terminal petrolífero, foi atacada neste domingo. A televisão estatal líbia e um porta-voz militar disseram que as tropas do governo retomaram a cidade e vários combatentes rebeldes atenderam às ordens de recuar sob o forte bombardeio.
Os rebeldes lutam para depôr Kadafi, no poder há mais de 41 anos inspirados pelos protestos que derrubaram governos autoritários na vizinha Tunísia e no Egito. Mas o levante líbio já se mostrou muito mais violento e pode ser o início de uma guerra civil. As forças de Kadafi avançaram em direção ao território rebelde no sábado, chegando a apenas 40 quilômetros de Brega. As informações divulgadas neste domingo pela televisão indicavam que a cidade estava "limpa de gangues armadas".
Embora essas forças militares leais a Kadafi tenham retomado algumas cidades, o líder líbio está se tornando mais isolado internacionalmente. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, parte neste domingo para uma viagem para a Europa e Oriente Médio para estabelecer contatos de alto nível do governo Obama com a oposição líbia. Ela pretende se reunir com inimigos de Kadafi em Paris na segunda-feira para avaliar suas habilidades e intenções.
Os rebeldes pediram a instalação de uma zona de exclusão aérea, afirmando que não têm como enfrentar os jatos de combate de Kadafi. No sábado, a Liga Árabe pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que impusesse a zona de exclusão. Em linguagem surpreendentemente agressiva, o bloco de 22 membros disse que o governo líbio havia "perdido sua soberania".