Jornal Estado de Minas

Desaparecido após tsunami, casal com recém-nascido é localizado em escola

O britânico Brian Hickebottom, de 34 anos, sobreviveu ao terremoto e tsunami que atingiram o Japão refugiando-se na escola em que ensinava inglês com a esposa e a filha.

Na noite do último domingo, Hickebottom conseguiu enviar um e-mail à família na Inglaterra, que havia sido informada de que ele poderia estar morto

O britânico vive no Japão há três anos com sua mulher, Sanae, e a filha, Erin. Eles moram em uma cidade próxima a Sendai, um dos lugares mais atingidos pelo terremoto de magnitude 8.9 na última sexta-feira.

Sua família, que vive em Cardiff, na Grã-Bretanha, passou o fim de semana sem notícias do paradeiro de Hickebottom. "Eu fiquei muito aliviada", disse a irmã, Emma Hickebottom. "Recebemos e-mails dizendo que ele estava morto e ficamos muito angustiados. Eu vim fazer companhia a meus pais, mas felizmente, Brian e sua família estão bem."

Agora, os familiares tentam manter-se informados através de mensagens deixadas em seu perfil no Facebook.

Eles dizem que, ao que tudo indica, o casal está com mais pessoas no terceiro andar da escola Tagajo, perto de Sendai, sem energia elétrica. Os sobreviventes estariam se revezando no uso do único celular com bateria disponível para mandar notícias aos parentes.

O e-mail de Hickebottom dizia: "Eu, Sanae e Erin estamos a salvo. Estamos na escola. Estou sem bateria, escrevo mais quando tiver chance."

Preocupação

Outro professor britânico, Paul Harris, contatou a família nesta segunda-feira, após conseguir sobreviver ao terremoto.

Harris, de 54 anos, estava em meio a uma aula particular de inglês em Sendai quando começou o tremor. Ele se refugiou no porão de uma loja de departamentos.

Segundo sua mãe, Daphne Harris, ele saiu do abrigo algumas horas após o terremoto para checar se sua parceira, Kayoko, estava a salvo.

"Ele retornou a seu apartamento, que fica em uma montanha de Sendai. Tudo na casa estava destruído, mas Kayoko sobreviveu se abrigando embaixo da mesa", disse.

No último domingo, o Ministério de Relações Exteriores da Grã-Bretanha recebeu cerca de 4 mil chamadas de pessoas preocupadas com a situação de familiares e amigos no Japão.

O embaixador britânico no Japão, David Warren, disse que "há casos de britânicos que ainda não foram encontrados" no país.

Warren viajou para Sendai e está em contato com hospitais e autoridades locais para conseguir mais informações.