Grã-Bretanha: é cedo demais para prever impacto do terremoto
A autoridade britânica de segurança nuclear, a que o governo pediu que "tire lições" do terremoto no Japão, considerou nesta segunda-feira que é cedo demais para dizer se esta catástrofe pode retardar os projetos de construção de novos reatores no Reino Unido.
O Health and Safety Executive (HSE), organismo oficial encarregado da supervisão das instalações nucleares, "continua a avaliar a situação no Japão" e vai determinar "se há lições a serem tiradas no Reino Unido e no plano internacional", declarou à AFP um porta-voz do HSE.
No entanto, é "cedo demais para dizer se isso terá um impacto no processo regulamentar ligado à construção de novas centrais nucleares", acrescentou.
Para os projetos de centrais no Reino Unido, a autoridade de segurança realiza neste momento uma avaliação dos modelos de novos reatores EPR da francesa Areva e AP1000, da americana Westinghouse.
Esse processo de avaliação deve, a princípio, ser concluído em junho, e aguardaremos até lá para que o HSE autorize os dois modelos concorrentes de reatores, depois que seus responsáveis tiverem atendido às principais exigências feitas durante o procedimento.
Qualquer atraso na concessão dos modelos de reatores poderá ter pesadas consequências para o calendário de renovação do parque nuclear britânico.
O ministro da Energia, Chris Huhne, declarou no domingo que lições devem ser tiradas do que aconteceu nas centrais nucleares japonesas em decorrência do terremoto, e indicou ter encarregado o HSE de examinar esta questão. Ele ressaltou, entretanto, que o Reino Unido não é "uma zona de risco sísmico como o Japão".
Londres decidiu em 2008 construir uma nova geração de centrais atômicas no Reino Unido que deve entrar em operação a partir de 2018 com o objetivo renovar seu parque de reatores defasado e fortalecer a segurança do abastecimento energético do país.