As forças de elite líbias sustentam o líder Muamar Kadhafi, num momento em que não está seguro do apoio do exército regular, segundo Dave Hartwell, analista do grupo Jane's Defence, especializado em Oriente Médio e norte da África.
A chamada guarda revolucionária, a unidade paramilitar de Kadhafi, parece ser sua força mais leal, desde o início da insurreição, avaliou.
"Possui 3.000 homens e estamos convencidos de que eles estão lutando neste momento", disse Hartwell à AFP. "Têm acesso a uma variedade de armas, entre tanques, helicópteros e veículos blindados de transporte de tropas".
Os membros deste corpo são cuidadosamente selecionados na região tribal de Kadhafi, em torno da cidade portuária de Sirte "e sua principal tarefa é proteger o líder e sua família", explicou o analista, que os considera "muito bem integrados na estrutura do regime".
Segundo ele, as forças governamentais dispõem de carros de combate fabricados na União Soviética no começo dos anos 1970.
Um segundo batalhão de elite, a temida "Brigada Jamis" dirigida pelo filho homônimo de Kadhafi, tem, teoricamente, acesso a 260 destes tanques, embora Hartwell destaque não estar muito claro sobre quantos deles funcionam.
O exército regular contava com 45.000 homens antes de explodir a insurreição, mas só um terço continua lutando, depois da deserção de milhares de soldados.
"Estimamos que, aproximadamente, entre 10.000 e 15.000 homens sejam leais a Kadhafi", assinalou Hartwell.
As recentes vitórias dos últimos dias em Zauiya, Ras Lanuf e Brega, provavelmente levantaram os ânimos das tropas leais ao regime.
"Se mantiverem o avanço (para o leste do país), seu moral" continuará alto, acrescentou o especialista do grupo Jane's.
Além disso, Kadhafi tem uma força de reserva de 40.000 homens "mais ideológica", a milícia do povo, à que pode recorrer.
"Eles estão ligados a Kadhafi por conexões tribais. Militarmente, não é considerada uma força efetiva mas tem interesse em manter o status", concluiu.