Imagens da televisão estatal mostram a polícia ocupando a Praça da Pérola, centro dos protestos contra o clã real sunita Al Khalifa, enquanto retroescavadeiras removiam as barricadas erguidas pelos manifestantes na entrada do distrito financeiro.
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Governo do Bahrein proíbe protestos e eleva repressãoChoques no Bahrein deixam dois mortos e pelo menos 200 feridos Bahrein decreta estado de urgência e entra em crise com IrãObama diz a reis do Golfo que está preocupado com BahreinO ataque contra os manifestantes aconteceu depois que o rei Hamad Ben Isa Al Khalifa decretou estado de emergência. Na véspera, ele recebeu o apoio de outras monarquias vizinhas do Golfo, que enviaram tropas para ajudá-lo a enfrentar a rebelião popular.
Ainda não foi oficialmente confirmada a participação de forças estrangeiras, particularmente sauditas, na operação para acabar com as manifestações, e deputados da bancada governista do Bahrein declararam que o papel destes soldados é "proteger instalações vitais" do país.
Centenas de soldados do batalhão de choque chegaram à praça a bordo de tanques, veículos blindados e ônibus, dispersando os manifestantes e tomando o controle do perímetro. "Temos três mortos e um grande número de feridos", disse à AFP um deputado da oposição. "A situação é catastrófica. As forças dispararam com munição real", disse Jalil Marzuk, do movimento xiita Wefaq.
O ministério do Interior, por sua vez, informou que dois policiais morreram na operação, ambos atropelados por manifestantes. Marzuk acusou a polícia de ter bloqueado o acesso ao hospital Salmaniya, e de ter impedido a evacuação dos feridos.
Outro deputado do Wefaq, Ali al Aswad, denunciou que a polícia investiu simultaneamente em outras localidades xiitas próximas a Manama, onde combateram os manifestantes. "Não houve como resistir", declarou um dos manifestantes da Praça da Pérola.
Em declarações ao canal Al-Jazeera, o dirigente do Wefaq Ali Salman comparou a ação da polícia do Bahrein à das forças líbias que atacam os insurgentes anti-Kadhafi. Entretanto, fez um apelo aos manifestantes barenitas, pedindo que "preservem o caráter pacífico do protesto". "A solução não virá pelos canhões", estimou.
As autoridades justificaram a repressão evocando a necessidade de restabelecer a ordem, acusando os manifestantes - que ocupavam a Praça da Pérola desde 19 de fevereiro - de tentar paralisar o país.