Paris, Londres e a Liga Árabe são seus principais defensores. Em Washington, inúmeros legisladores também apoiam a instauração de uma zona de exclusão aérea. A administração americana não a rejeita, mas destaca seus riscos, dando a impressão de que busca adiar a decisão.
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Rebeldes líbios capturam petroleiro em meio a confrontosForças de Kadafi atacam terceira maior cidade da LíbiaNa terça, enquanto as tropas do líder líbio ganhavam terreno, a França disse publicamente que os Estados Unidos não haviam definido uma posição militar em relação a Kadhafi.
Inúmeros especialistas recordam que a Casa Branca carrega atualmente nas costas as consequências das aventuras militares herdadas do ex-presidente George W. Bush.
"Claro que queremos apoiar os movimentos democráticos na região", assinalou o ex-comandante-em-chefe das forças da Otan, Wesley Clark, ao jornal Washington Post. "Mas já temos duas operações deste tipo em curso, no Iraque e no Afeganistão", acrescentou.
Os Estados Unidos também sabem que qualquer intervenção militar daria uma presença destacada às forças americanas, e que será necessário muito mais que uma zona de exclusão aérea para mudar a situação das forças no terreno, segundo explicou à AFP Richard Downie, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS). "A superioridade das forças de Kadhafi não se aplica somente a partir do ar. Trata-se de um exército organizado que combate um bando de rebeldes", acrescentou.
Um dos chefes da insurreição, Mahmud Jibril, reclamou na segunda-feira à secretária de Estado, Hillary Clinton, que os Estados Unidos facilite armas à oposição líbia. Mas Hillary teve o cuidado de não prometer nada.
O governo americano se mostra desconfiado ante uma oposição líbia pouco conhecida e na qual há "jihadistas", assegurou Downie. Segundo o especialista, armar os rebeles "teria pouco impacto no curto prazo, mas poderia ter consequências nefastas no longo prazo".