Desde 2007, a Faixa de Gaza e a maior parte da Cisjordânia estão sendo administradas por dois governos palestinos separados. A Faixa é controlada pelo partido Hamas e a Cisjordânia (com exceção de áreas governadas por Israel), pelo partido Fatah, de Abbas. "Estou pronto para ir a Gaza amanhã (quinta-feira) para acabar com a divisão", disse Abbas em discurso para membros do conselho central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), órgão reconhecido internacionalmente como o governo palestino. “Não estou indo para conversar, irei para formar um novo governo e acertar a realização de eleições parlamentares, presidenciais e do Conselho Nacional, dentro de seis meses ou o mais rápido possível.” Ele disse que não se candidatará no próximo pleito.
Hamas.
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Dois palestinos morrem em bombardeio aéreo israelense em GazaIrã rebate acusação de Israel sobre envio de armas para GazaO anúncio foi feito pelo líder do Hamas após grandes manifestações populares na Cisjordânia e em Gaza na terça-feira, na qual dezenas de milhares de pessoas pediram o fim da cisão entre os dois grupos. "Vamos traduzir os apelos populares para uma realidade concreta e acabar com a divisão", afirmou.
Após as declarações de Abbas nesta quarta-feira, O alto dirigente do Hamas Sami Abu Zuhri disse que o partido "recebe bem o fato de Abas ter aceito a iniciativa de Haniya. Vamos iniciar os preparativos para a visita".
Histórico
A cisão entre os partidos se agravou em junho de 2007, quando o Hamas tomou à força o poder na Faixa de Gaza, expulsando a liderança do Fatah da região, onde moram 1,5 milhão de palestinos.
O Fatah, partido secular liderado pelo presidente palestino Mahmoud Abbas, governa parcialmente a Cisjordânia (habitada por 2,5 milhões de palestinos) e defende um acordo de paz com Israel e a solução de dois Estados, palestino e isralense, convivendo pacificante.
O Hamas, partido islâmico que ganhou as eleições para o Parlamento palestino em 2006, não reconhece a existência de Israel e se opõe aos acordos de Oslo, assinados entre Israel e a OLP.
A cisão entre os dois partidos e entre as duas unidades geográficas governadas por eles é vista como um fator que torna ainda mais difícil a solução do conflito entre Israel e os palestinos.