Frattini voltou a rejeitar a adoção de uma ação militar de caráter unilateral e negou que a Itália possa participar de uma "coalizão" em uma situação na qual a "Europa está dividida, o G8 está dividido e a OTAN está dividida".
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Líbia: Entre amizade e interesses econômicos, Berlusconi aposta na prudênciaO peso das tribos na resolução do conflito na LíbiaHillary: ONU deve votar medidas contra a Líbia amanhã'Apenas ameaça da força pode parar Kadafi', diz FrançaO chanceler italiano esclareceu que "a Itália é favorável a uma zona de exclusão aérea" na Líbia, mas se opõe a qualquer "ação unilateral de tipo militar" que não seja autorizado pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) em "um quadro de legitimação regional".
"Quando a Liga Árabe e a União Africana falam" sobre "intervenções no território líbio da terra, é evidente que a zona de exclusão aérea, que não é decisiva, é a perspectiva mais avançada", considerou Frattini. Porém, ele recordou que nem sobre esta postura há, ao menos, um acordo.
Neste sentido, ele apontou que o encontro entre a União Europeia, a União Africana e a Liga Árabe que se dará "nos próximos setes dias" oferecem "boas perspectivas" para "favorecer a adição no Conselho de Segurança de um pacote de medidas que inclua o cessar-fogo".
Frattini ainda pediu um "forte envolvimento político" não só da Liga Árabe, mas da União Africana nesta reunião, e colocou que a postura da Itália, que também inclui a defesa no patrulhamento naval na costa líbia pra reforçar o bloqueio das armas, é "evitar um banho de sangue".
"Não se pode fazer uma guerra: a ação militar da comunidade internacional não deve, em minha opinião, não quer e não pode ser feita", defendeu o chanceler italiano.
O ministro das Relações Exteriores também ressaltou que a Itália sempre foi prudente em apoiar a retirada de Kadafi do poder, mesmo quando ninguém defendia essa hipótese, e que, também de forma "prudente", "fechou as torneiras de petróleo".
No fim de fevereiro, e petrolífera italiana ENI e o governo de Roma anunciaram a interrupção do funcionamento do único gasoduto que ligava a Itália à Líbia e que fornecia 10% do gás natural consumido no país europeu, mas garantiram que o abastecimento do país não seria afetado