As barras (varetas) de combustíveis usados que continuam liberando muito calor se encontram em uma piscina situada na parte superior do reator parado para manutenção desde bem antes do terremoto e tsunami.
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Se mais água de resfriamento não for colocada rapidamente, as barras de combustíveis vão se desgastar e emitir dejetos muito radioativos diretamente na atmosfera.
Como em uma chaleira, onde os resistores queimam quando falta água, as barras de combustível correm o risco de quebrar. A cápsula de zircônio que envolve as pastilhas de combustível se oxida rapidamente, como um fósforo acesso, explicou Thierry Charles, diretor de Segurança no IRSN.
Com o combustível em fragmentos, diretamente ao ar livre, "estaríamos no mesmo nível de exposição que em Chernobyl", estimou o especialista.
Um cenário catastrófico que se definirá em 48 horas. "Um 'evaporação completa' do reator poderia acontecer daqui a um dia ou dois dias, com enormes emissões já no dia seguinte", precisou.
Confrontadas a esta situação inédita, as autoridades japonesas cogitam utilizar um caminhão-pipa com canhão de água para molhar o reator, após uma tentativa frustrada de recorrer a um helicóptero. Logo acima da piscina, a dose de radioatividade já estaria muito elevada para o piloto.
Na pior das hipóteses, se o combustível degradado se encontrar ao ar livre, a radiação seria tanta que "seria necessário interditar o acesso ao lugar em seguida, incluindo a entrada dos outros seis reatores ao redor", relembrou Charles.