Jornal Estado de Minas

EUA pressionam ONU para aprovar resolução contra Líbia

Os Estados Unidos dizem estar preparados para apoiar a imposição de um bloqueio aéreo sobre a Líbia, mas afirmam que o Conselho de Segurança da ONU deve estar preparado para aprovar uma resolução que imponha medidas ainda mais restritivas ao regime do coronel Muamar Kadafi na Líbia.

A embaixadora americana na ONU, Susan Rice, acredita que a criação de um bloqueio aéreo talvez não seja o suficiente para proteger a população da Líbia. ''A posição dos Estados Unidos é a de que nós precisamos estar preparados para contemplar passos que estabeleçam, e possivelmente vão além, uma zona de exclusão aérea, já que esse tipo de medida possui limitações inerentes em termos de proteção de civis que estão sob risco imediato'', afirmou Rice.

A embaixadora disse esperar que o conselho consiga votar em breve a versão preliminar de uma resolução.

Tropas leais ao coronel Kadafi estão avançando em cidades antes ocupadas por rebeldes contrários ao regime e os militantes anti-governo temem que se a ONU não agir rapidamente poderão ser vítimas de um ''genocídio''

Forças governistas dizem ter capturado Ajdabiya, a última cidade no caminho de Benghazi, que se converteu na capital improvisada dos milicianos anti-Kadafi. Mas os rebeldes negam a informação.

Negociações

Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU deu início a longas e difíceis negociações para a aprovação de uma resolução autorizando um bloqueio aéreo.

Em princípio, os Estados Unidos haviam manifestado restrições em relação à imposição de uma zona de exclusão aérea, assim como Alemanha, Rússia e China.

Na Europa, Grã-Bretanha e França foram os mais fortes defensores de um bloqueio aéreo. Os países que integram a Liga Árabe também se manifestaram favoravelmente, após uma hesitação inicial.

Agora, os americanos acreditam que a medida está entre as ações necessárias para colocar Kadafi sob pressão.

Linguagem

A correspondente da BBC na ONU, Barbara Plett, afirma que a versão inicial da resolução utiliza uma linguagem polêmica, autorizando todas as ações necessárias para a proteção de civis, o que alguns interpretaram como a permissão de ataques contra forças terrestres do governo, caso civis estejam sob ataque.

A repórter da BBC afirma que provavelmente o embaixador russo na ONU tenha se referido aos termos da resolução quando afirmou que alguns países membros haviam introduzido propostas com profundas implicações.

A Rússia e a China possuem sérias restrições em relação a uma ação militar, assim como a China. Como contrapartida, os russos propuseram uma resolução impondo primeiro um cessar-fogo.

De acordo com diplomatas ocidentais, a proposta foi rejeitada por ter sido considerada excessivamente branda.

Os defensores da versão inicial do documento defenderam a urgência da ação e estão pressionando por uma votação ainda nesta quinta-feira. ''Nós seguimos negociando nesta quinta-feira, concentrando-nos na gravidade da situação e minha esperança é de que uma resolução séria possa ser votada ainda na quinta-feira. Estamos trabalhando muito duro nesse sentido.''