A Justiça da França promove nesta sexta-feira mais uma etapa de julgamento do processo envolvendo o voo 447 da Air France – que se refere ao avião que caiu no Oceano Atlântico em junho de 2009 . A empresa foi convocada para a audiência em Paris, depois de a construtora europeia Airbus ter sido indiciada ontem (17) judicialmente por “homicídio involuntário” por causa do acidente.
As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa, e a BBC Brasil. Ontem, a juíza francesa Sylvie Zimmerman considerou culpado o fabricante europeu de aeronaves Airbus. No acidente do voo 447, 228 pessoas morreram. O voo fazia o trajeto Rio de Janeiro-Paris e desapareceu no Oceano Atlântico, sem deixar sobreviventes. Até agora, apenas 50 corpos foram encontrados.
O vice-presidente da Associação de Apoio e Solidariedade AF447, John Clemes, elogiou as últimas iniciativas da Justiça da França. A entidade representa parentes de 80 vítimas do acidente. “Claro que estamos contentes, se é esta a palavra, por ter sido dado um primeiro passo no processo legal para uma eventual responsabilidade por esse acidente”, afirmou Clemes, que perdeu o irmão, Brad, no acidente aéreo.
Os peritos da Justiça francesa questionam a demora da Airbus e da Air France em tomar providências sobre outros incidentes ocorridos antes da catástrofe do voo AF 447 com sensores de velocidade dos aviões, os chamados tubos de Pitot.
A decisão de indiciar a fabricante de aviões ocorre poucos dias antes do lançamento da quarta fase de buscas dos destroços. A previsão é que essa etapa comece no Porto de Suape, em Pernambuco, na próxima segunda-feira (21), e envolva uma nova área de 10 mil quilômetros quadrados.
As investigações na Justiça ocorrem paralelamente às feitas pelo Escritório de Investigações e Análises (cuja sigla em francês é BEA), órgão ligado ao Ministério dos Transportes e responsável pela apuração de acidentes.