Jornal Estado de Minas

Kadafi ameaça transformar Mediterrâneo em campo de batalha

AFP
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou neste sábado, em Brasília, que autorizou uma "ação militar limitada" na Líbia - Foto: TOPSHOTS / AFP PHOTO / STEPHAN AGOSTINI
O líder líbio Muammar Kadafi ameaçou neste sábado atacar objetivos "civis e militares" no Mediterrâneo e afirmou que vai abrir os "depósitos de armas" para permitir ao povo defender a Líbia, após a operação militar ocidental contra seu país.

Em mensagem à Nação, Kadafi afirmou que o Mediterrâneo será transformado em "um campo de batalha" e qualificou os ataques com aviões e mísseis de "agressão injustificada dos cruzados" contra "o povo líbio, que vai lutar".

Segundo o presidente do Parlamento líbio, Mohamed Zwei, a operação militar ocidental é uma "agressão bárbara" contra objetivos civis e militares que já feriu "numerosos civis". "As nações ocidentais atacaram vários locais em Trípoli e Misrata, causando graves danos (...). Esta agressão bárbara contra o povo líbio ocorre após anunciarmos um cessar-fogo". "Muitos civis foram feridos nesta agressão, os hospitais estão repletos, as ambulâncias não param", disse Zwei, sem citar números. "Esta agressão não convencerá o povo líbio a se entregar aos bandos armados dirigidos pela Al-Qaeda", concluiu Zwei.

Segundo a TV líbia, "objetivos civis" foram bombardeados nas cidades costeiras de Trípoli, Misrata, Zuara e Benghazi, incluindo o hospital de Bir Osta Miled, 15 km a leste da capital.

Em Trípoli, chamas e colunas de fumaça eram visíveis no leste da capital.

Estados Unidos e Grã-Bretanha dispararam mais de 110 mísseis de cruzeiro Tomahawk contra a Líbia neste sábado, e a aviação francesa fez diversos ataques contra posições das tropas leais a Kadafi.

Os mísseis foram disparados de navios e submarinos e atingiram "mais de 20 alvos", incluindo instalações do sistema integrado de defesa antiaérea e de comunicações estratégicas, todos situados na costa, afirmou o almirante americano William Gortney.