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Japão tenta controlar reatores de complexo nuclearTsunami no Japão pode ter matado 15 mil só na região mais atingida, diz políciaJapão encontra mais tipos de radiação em alimentosNúmero de mortos em terremoto no Japão chega a 8.133Duas pessoas são resgatadas nove dias após tsunami no JapãoComunidade brasileira no Japão se mobiliza para ajudar vítimasFumaça em reator nuclear de Fukushima provoca retirada de funcionáriosHilton contou que, após o terremoto, foi obrigado a passar a noite desabrigado, na neve, em uma montanha nas proximidades da cidade. “Eu estava no horário de trabalho na fábrica e corremos para o obrigo logo após o primeiro sinal de terremoto. Em seguida, veio o tsunami. Com o tsunami, a cidade foi destruída, todas as vias foram interditadas. A primeira noite, com neve ainda, ficamos ao relento em uma parte alta, em uma montanha. No dia seguinte, conseguimos atingir o ginásio de Onagawa”, disse. Utilizado como abrigo provisório, o ginário hoje ainda está com 2,3 mil pessoas.
Mesmo após chegar ao abrigo provisório, Hilton continuou a encontrar dificuldades. Com a destruição da cidade, não havia energia elétrica, as linhas de telefone não funcionavam e o cenário era de devastação.
“Não há iluminação, não há comunicação, a água e a alimentação são racionadas, o aquecimento não é dos melhores”, disse. “Praticamente metade da população da cidade morreu nesse acidente. A cidade tinha pouco mais de 10 mil habitantes e ficaram apenas cerca de 5 mil”, afirmou.
O resgate de Hilton e mais cinco parentes foi feito pelo consulado, com a ajuda de voluntários como o empresário brasileiro Walter Saito. Segundo ele, quando a comitiva do consulado chegou à cidade, a situação era assustadora.
“O local em que eles estavam era onde a catástrofe foi mais forte. Estavam em um lugar de muito difícil acesso e lutamos muito para chegar. Quando chegamos lá, o susto foi muito grande. Uma catástrofe. É a mesma coisa que você pegar uma caixa de madeira, colocar dentro do liquidificador e bater. Fica só o pó. Foi o que a gente viu lá das casas”, contou.
Para chamar a atenção dos brasileiros, Saito entrava nos abrigos provisórios enrolado em uma Bandeira do Brasil. "Quando cheguei lá , o Hilton foi a primeira pessoa que me viu com a bandeira. Chegou e já me abraçou. Nunca me senti tão importante na minha vida”, disse o empresário.
Após deixar o abrigo alugado pelo consulado brasileiro em Saitama, Hilton e sua família iriam se dirigir para Tóquio, e depois tinham a intenção de retornar a São Paulo.