Jornal Estado de Minas

Itália perde localização de rebocador que opera na costa da Líbia

Oito italianos trabalham na embarcação, que foi proibido de atracar no porto de Trípoli no sábado. Segundo a Defesa italiana, homens líbios armados entraram no rebocador

Agência Ansa
O ministro de Defesa da Itália, Ignazio La Russa, afirmou nesta segunda-feira que os oito italianos que integram a tripulação de um rebocador detido no sábado no porto de Trípoli, capital da Líbia, ainda não atracaram e estão sob controle de líbios armados.
O rebocador Asso 22, no qual também trabalham dois indianos e um ucraniano, ainda "não desembarcou", "como deveria acontecer", apontou o ministro. "Estão dirigindo a oeste, mas não sabemos aonde realmente se dirigem porque vão ziguezagueando e, a bordo, há militares líbios armados", completou, em entrevista ao Canal 5, da Itália.

A situação da embarcação, que pertence a uma empresa que presta serviços de assistência a plataformas petrolíferas no norte da África e no Brasil, está sendo monitorada por um navio da Marinha italiana que se localiza na região. O rebocador presta serviços a um cliente local da Eni, maior petrolífera da Itália.

Apesar dos equipamentos de localização da embarcação terem sido destruídos ou jogados fora, a empresa do rebocador adiantou que os italianos a bordo "estão todos bem".

No entanto, o ministro La Russa já afirmou que seu governo está disposto a realizar uma evacuação dos funcionários do rebocador "com todos os instrumentos possíveis" caso seja solicitada uma intervenção. No sábado, o chanceler italiano, Franco Frattini, anunciou que não se podia descartar a hipótese de um sequestro, uma vez que "não sabemos quais são as intenções desses homens" armados.

"Estamos preocupados e nos sentimos abandonados", afirmou Salvo Arena, pai de Antonino, de 34 anos, um dos marinheiros a bordo do rebocador sequestrado. "Minha preocupação cresce muito porque estou muito preocupado com a situação que está ocorrendo na Líbia. Não recebi notícias oficiais de ninguém", colocou.

Nesta segunda-feira, o titular italiano da Defesa também tratou sobre a ofensiva militar na Líbia, afirmando que, sem a Itália, "a resolução da ONU não poderia ser aplicada". Segundo La Russa, a decisão de estabelecer uma zona de exclusão aérea na parte norte do território do país de Muammar Kadafi "não deixava outra escolha", "sobretudo tendo em conta o fato da Itália ter bases" militares na região.

O alto funcionário também revelou que as quatro aeronaves Tornado, enviadas pelas forças italianas teriam conseguido "neutralizar as fontes de radar inimigas" dentro de uma operação cujo objetivo era deter a ofensiva aérea líbia "para que consentissem em realizar a zona de exclusão aérea".