Representantes dos países que integram a coalizão militar que vem realizando ataques aéreos contra a Líbia desde o sábado afirmaram nesta segunda-feira que o líder líbio, o coronel Muamar Kadafi, não é pessoalmente alvo dos ataques.
A ofensiva da coalizão, que conta com a participação de Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e outras nações, tem o objetivo de impor a resolução da ONU que estabeleceu uma zona de exclusão aérea na Líbia, para proteger civis opositores de bombardeios do governo.
No domingo, um ataque dos aliados com míssil destruiu um edifício que seria um centro de comando de Kadafi em Trípoli, a capital do país.
O secretário de Defesa britânico, Liam Fox, disse no mesmo dia que atacar o próprio líder líbio era ''potencialmente uma possibilidade''.
Mas o chefe do gabinete de Defesa britânico, David Richards, afirmou nesta segunda-feira que Kadafi ''absolutamente não'' é um alvo, uma vez que atacar o coronel diretamente ''não seria permitido dentro da resolução da ONU''.
Um porta-voz do Ministério da Defesa francês, Laurent Tesseire, reforçou a afirmação, comentando que os ataques visam proteger civis e que o próprio Kadafi não é um alvo.
Indagado por uma rádio francesa se as tropas aliadas realizariam um ataque contra o líder da Líbia caso soubessem onde ele se encontrava, Tesseire afirmou: ''A resposta a isso é não''.
Ataque
Jornalistas que foram levados ao complexo de Kadafi disseram que um edifício administrativo de quatro andares foi destruído.
Os Estados Unidos, que lideram a coalizão, disseram no domingo que a ofensiva militar na Líbia fez progressos significativos, e que a coalizão deve ampliar o alcance dos ataques.
Segundo o país, os ataques vêm atingindo locais de armazenamento de mísseis de longo alcance, instalações de radar, campos de aviação militares e forças terrestres do governo nos arredores da cidade de Benghazi, controlada pelos rebeldes.
No entanto, oficiais de defesa americanos negam que a residência de Khadafi em Trípoli seja alvo de ataques.
Jornalistas
Quatro jornalistas do jornal americano The New York Times que haviam sido presos na Líbia foram libertados e entregues à embaixada da Turquia no país.
Segundo o jornal, eles haviam sido detidos na semana passada por troas leias a Kadafi, horas após terem entrado em áreas controladas por forças rebeldes sem contarem com vistos.
Os jornalistas eram os repórteres Anthony Shadid e Stephen Farrell e os fotógrafos Tyler Hicks e Lynsey Addario. Diplomatas turcos estavam escoltando-os para fora da Líbia, de acordo com o New York Times.
Os repórteres estavam cobrindo os conflitos entre tropas pró-Khadafi e opositores do regime, na cidade de Ajdabiya, no leste do país.