O governo brasileiro pediu nesta segunda-feira o cessar-fogo na Líbia. Em nota, o Itamaraty "manifesta expectativa" pelo fim dos ataques no país "no mais breve prazo possível" para que a integridade da população civil seja garantida e haja abertura para negociação e diálogo.
A nota foi publicada pelo Ministério das Relações Exteriores depois de uma análise que durou boa parte da tarde desta segunda. A decisão de divulgá-la estava tomada desde a manhã, pouco depois da partida do presidente americano Barack Obama, que embarcou do Rio de Janeiro para o Chile. No entanto, o tom ao longo do dia foi suavizado.
O texto divulgado no início da noite desta segunda-feira não condena a ação das forças ocidentais nos ataques à Líbia, mas "reitera sua solidariedade com o povo líbio na busca de uma maior participação na definição do futuro político do país, em um ambiente de proteção dos direitos humanos". Além disso, reforça o apoio às missões de negociação enviadas ao país, a primeira liderada pelo ex-chanceler jordaniano Abdelilah Al Khatib, enviado especial das Nações Unidas, e um grupo de presidentes da União Africana.
O Brasil foi o último dos países do grupo Bric a se manifestar. Desde o início dos ataques, Rússia, Índia e China já haviam colocado suas posições sobre o tema, semelhantes à brasileira. Da mesma forma, a Turquia e a Liga Árabe registraram sua oposição, mas de forma mais contundente que o Brasil. Envolvida com a visita do presidente americano, apenas hoje a presidente Dilma Rousseff tratou da nota com o Itamaraty.