Argentina pede à Suíça dados de conta bancária de Menem
O pedido baseia-se no crime de "fraude em prejuízo de uma administração pública" supostamente cometido por Menem, que mediante um decreto autorizou a assinatura de um contrato desfavorável para o Estado com a filial argentina da empresa francesa Thales, pela concessão do controle do espaço aéreo e naval do país, confirmou o juiz Schmid.
Vários funcionários públicos do governo Menem e diretores da companhia foram indiciados, entre eles o intermediário Jorge Neuss e o advogado Alberto Gabrielli, cujas contas em Genebra foram notificadas pelo juiz Schmid à Argentina no ano passado.
Outra ação penal contra o grupo Thales relativo a estes fatos foi impetrada em maio de 2006 na França pelos juízes Renaud van Ruymbeke e Xavière Siméoni.
Anteriormente denominada Thomson CSF, a Thales ganhou, ao final do mandato de Menem em 1997, uma licitação inusual e sem competidores, que tornou a Argentina o único país do mundo em ceder o controle de seu espaço aéreo e naval a uma sociedade privada de origem estrangeira.
Esse contrato foi anulado em 2004 pelo presidente Néstor Kirchner.
Em 2008, o Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (CIADI), instituição do Banco Mundial encarregada de litígios entre investidores estrangeiros e Estados, rejeitou um pedido de indenização de 600 milhões de dólares feito pela Thales contra a Argentina.