Sem perspectivas de encerrar o impasse na Líbia, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de suas agências de apoio, prepara para esta quarta-feira o envio de ajuda humanitária ao Leste do país. Serão transportados 5 mil cobertores e a mesma quantia de colchões para Benghazi – cidade que se transformou em símbolo de resistência ao governo do presidente líbio, Muammar Kadafi.
Paralelamente, o Programa Alimentar Mundial (PAM) prepara um carregamento de comida com 19 toneladas de lentilha e 11 de óleo vegetal. A comida vem do Egito e da Tunísia. Já foram encaminhados para a região 1,5 mil toneladas de alimentos e 6 mil estão em armazéns no Egito à espera de oportunidade para o repasse a quem está na região fronteiriça.
As informações são das Nações Unidas. O enviado especial da ONU à Líbia, Abdel Elah Al Khatib, reuniu-se com os líderes de oposição e também pretende conversar com as autoridades do governo Khadafi.
"Eles descreveram os diferentes aspectos da situação e apontaram os sofrimentos e as dificuldades enfrentadas por algumas cidades e vilas da Líbia", disse Khatib. "Eles [os integrantes da oposição] reiteraram seu pedido para levantar cerco imposto pelas forças do governo líbio sobre as cidades e para um cessar-fogo imediato.”
Pelos dados das Nações Unidas, cerca de 325 mil pessoas fugiram da violência na Líbia, a maioria imigrantes que passaram pelas fronteiras do país com a Tunísia e o Egito. Os líbios que estão nas áreas de fronteira disseram temer os ataques de represália das forças leais a Kadafi.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que foram organizados 265 vôos para repatriar mais de 58 mil pessoas da Tunísia, do Egito e da Argélia desde o início dos confrontos, em fevereiro.