O presidente Barack Obama enfrenta violentas críticas no Congresso, onde se chegou a dizer que merecia o impeachment, pela participação dos Estados Unidos na operação militar na Líbia, sem que ninguém saiba ao certo o custo da campanha, nem como vai terminar.
"Teremos um papel de apoio, continuaremos fornecendo nossas técnicas de inteligência e de bloqueio das comunicações que são únicas", acrescentou Obama. Durante entrevista à imprensa nesta terça-feira, como parte da viagem à América Latina, o presidente americano destacou que houve "uma redução significativa de sobrevoos de aviões americanos na Líbia".
Mas tanto republicanos (oposição) quanto democratas (governo) lamentaram o fato de o presidente não ter buscado a aprovação explícita do Congresso antes de lançar, sábado, junto com França e Grã-Bretanha, com o aval da ONU, a operação na Líbia; e se mostraram preocupados com o seu custo.
A estimativa é que possa ascender a centenas de milhões de dólares.
10 votos e 5 abstenções na ONU
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Os deputados democratas Barbara Lee, Mike Honda, Lynn Woolsey e Raúl Grijalva acusam Obama "de ir à guerra precipitadamente com um conhecimento limitado da situação no terreno e sem uma estratégia de saída".
"Participaremos de dura batalha no Congresso para assegurar que os Estados Unidos não se metam em apertos na Líbia sem uma porta de saída, nem um plano diplomático de paz", declararam em comunicado comum.
Esses políticos estimam que o Congresso, ao qual a Constituição reserva o direito de declarar a guerra, teria que ter aprovado as operações.
Para o deputado democrata Dennis Kucinich a falta é tão grave que pode levar à destituição do presidente.
Kucinich qualifica o Iraque e o Afeganistão de "grandes atoleiros" e prometeu tentar impedir o financiamento da participação na Líbia. Ele acusou Obama de "mergulhar outra vez os Estados Unidos numa nova guerra que não podemos financiar".
Nas fileiras republicanas, os parlamentares fizeram circular um vídeo de 2007 no qual o vice-presidente Joe Biden, senador na época, afirmava que George W. Bush deveria ser destituído se atacasse o Irã sem a aprovação do Congresso.
"O presidente não tem a autoridade constitucional para levar este país à guerra", afirma Biden no vídeo, "a menos que sejamos atacados ou estivermos a ponto de sê-lo. E se o fizer, eu pediria seu afastamento."