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Estado de Minas

Confrontos entre manifestantes e polícia se intensificam na Síria


postado em 24/03/2011 07:17



Forças de segurança sírias abriram fogo na tarde desta quarta-feira contra centenas de pessoas que protestavam contra as mortes de manifestantes anti-governo em uma ação na madrugada na cidade de Deraa, no sul do país.

Os relatos sobre a ação são desencontrados, mas há testemunhos falando em 4, 10 e até 37 mortos. A BBC não pôde verificar independentemente as informações.

Segundo as testemunhas, a polícia também disparou contra pessoas que participavam dos funerais das seis pessoas mortas durante a tomada de uma mesquita controlada pelos opositores em uma operação na madrugada desta quarta-feira.

Outras seis pessoas já teriam sido mortas anteriormente em confrontos com as forças de segurança em Deraa desde o início dos protestos, na sexta-feira.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu uma “investigação transparente” sobre os responsáveis pelas ações. O Departamento de Estado dos Estados Unidos se disse “profundamente preocupado pelo uso da violência pelo governo sírio, pela intimidação e pelas prisões arbitrárias para conter a habilidade de seu povo de exercer livremente seus direitos universais”.

Os protestos contra o governo no sul do país, inspirados nas manifestações pró-democracia que vêm ocorrendo em outros países da região, são o maior desafio ao presidente Bashar al-Assad desde que ele assumiu o poder, sucedendo o próprio pai após sua morte, há 11 anos. A Síria é governada sob leis de emergência desde 1963.

Massacre

A violência desta quarta-feira começou durante a madrugada, quando centenas de pessoas se juntaram nas ruas no entorno da mesquita Omari, base das manifestações contra o governo desde a sexta-feira, para evitar que as forças de segurança invadissem o local.

Testemunhas disseram que pouco após a meia-noite o suprimento de energia para o local foi cortado e a polícia começou a disparar tiros e bombas de gás contra os manifestantes.

Um ativista de direitos humanos disse ao serviço árabe da BBC que houve “um massacre” de “cidadãos inocentes, sem defesa e pacíficos, que estavam promovendo protestos pacíficos e que não tinham nem mesmo pedras para se defender”.

A TV estatal da Síria disse que uma quadrilha armada estaria operando de dentro da mesquita e mostrou o que seriam armas e munições guardadas no local.

A TV também disse que o grupo estaria sequestrando crianças e as usando como escudos humanos. Segundo o relato da TV estatal, as forças de segurança mataram quatro membros da quadrilha.

À tarde, centenas de jovens dos vilarejos vizinhos de Inkhil, Khirbet, Ghazaleh e al-Harrah, se reuniram ao norte de Deraa e tentaram seguir em passeata ao centro da cidade.

Uma testemunha disse à BBC que ao menos dez pessoas foram mortas quando a polícia interceptou o grupo e abriu fogo, enquanto um ativista de direitos humanos enviou à BBC uma lista com 37 nomes de pessoas que teriam sido mortas. Os relatos não puderam ser confirmados independentemente.

Segundo a TV Al Jazeera, o número de mortes nos confrontos em Deraa chegaria a 15.
Outra testemunha disse à agência de notícias Reuters que “dezenas” de corpos teriam sido levados a um hospital em Deraa.

Vídeos

“Recebemos informações conflitantes sobre o número de mortos e feridos”, afirmou à BBC Nadim Houry, pesquisador-sênior para a Síria da organização internacional Human Rights Watch. “Mas vídeos no YouTube apareceram depois mostrando ao menos quatro corpos deixados na rua e outros manifestantes tentando carregar esses corpos”, disse.

Segundo ele, os vídeos foram mostrados a pessoas originárias de Deraa que estão em Damasco, a capital síria, e que teriam confirmado que as ruas mostradas no vídeo são da cidade. “Eles reconheceram a rua, e não temos notícias de outros episódios de violência que tenham ocorrido naquela rua a não ser hoje (quarta-feira)”, afirmou.

O jornal pró-governo Al-Watan afirmou que dois policiais teriam sido mortos nos confrontos em Deraa e que armamentos estariam sendo traficados para a cidade a partir da Jordânia, cuja fronteira fica próxima dali. O jornal também acusou a TV árabe da BBC de transmitir “notícias provocativas”.


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