A coalizão internacional deu prosseguimento nesta quinta-feira aos bombardeios aéreos na Líbia pelo sexto dia consecutivo, com explosões ouvidas em Trípoli e disparos de baterias antiaéreas, após o anúncio da neutralização da aviação militar de Muamar Kadafi. Durante a madrugada foram ouvidos disparos antiaéreos e fortes explosões na capital líbia.
A coalizão já havia bombardeado Trípoli na noite de quarta-feira. Uma forte explosão atingiu uma base do Exército líbio na região de Tajura, 32 km ao leste da capital. A agência oficial líbia Jana acusou a coalizão de ter atacado um bairro residencial e provocado um número importante de mortes entre os civis nos ataques da noite de quarta-feira. A coalizão, que afirma ter neutralizado a aviação militar de Kadafi, atacou na quarta-feira as tropas terrestres de Kadafi, sobretudo en Misrata.
A coalizão internacional liderada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha "continuará com os ataques aéreos alvos militares na Líbia", declarou o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé. "O objetivo é proteger a população civil", completou o chanceler. Ao ser questionado se os disparos da coalizão afetaram civis, Juppé, respondeu que o que aconteceu foi "exatamente o contrário".
O ministro francês disse ainda que seu país é favorável a entregar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a responsabilidade da supervisão da zona de exclusão aérea na Líbia.
A missão exata da Otan ainda está sendo debatida. Uma reunião dos 28 países membros da organização está programada para esta quinta-feira.
O governo da França considera que para o comando militar da operação é mais simples utilizar os maiores Estados da Otan. A França insiste, no entanto, que a liderança política não deve ficar com a Otan, e sim com um grupo de contato, integrado pela própria França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e os países participantes na operação.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, informou que espera a participação de mais países árabes na operação militar na Líbia. Até o momento o Qatar foi o único Estado árabe a oferecer aviões de guerra para a manutenção da zona de exclusão aérea.
O presidente Barack Obama é objeto de muitas críticas no Congresso pela participação dos Estados Unidos na operação militar na Líbia sem a divulgação do custo e da estratégia de saída.
Seis navios da Otan apoiados pela aviação começaram a patrulhar as costas da Líbia, informou a Aliança Atlântica, que também supervisiona o embargo de armas contra o regime de Kadafi.
O coronel Kadhafi, no poder há 42 anos, enfrenta desde 15 de fevereiro uma revolta que já deixou centenas de mortos e mais de 300.000 desabrigados.