O assassino, Mohammed Riaz, 33, sequestrou o irmão de sua esposa, Mahmood Ahmad, 40, em março de 2010 para descobrir onde a mulher estava se escondendo.
Nahid, caçula de Mahmood, havia deixado o marido em 2008 por causa do seu caráter violento e de seus constantes abusos. Ela mudou o nome e contou apenas a poucos parentes onde estava vivendo.
Como se recusou a revelar o paradeiro da irmã para o cunhado, Mahmood foi morto e esquartejado. O corpo nunca mais apareceu.
Terror
Quando Nahid abandonou o marido, naquele mesmo ano, Riaz começou uma campanha de intimidação e terror contra a família da esposa.
Em 2009, a irmã de Nahid teve seu apartamento invadido. Ao chegar em casa, encontrou a torneira da banheira aberta, o imóvel inundado e um recado ameaçador de Riaz na secretária eletrônica. "Desta vez foi apenas água. Da próxima, você vai queimar", era a mensagem. Em março de 2010, com a ajuda do irmão e de outros comparsas, Riaz sequestrou Mahmood Ahmad quando este voltava do trabalho, uma lanchonete de kebabs na zona leste de Londres.
Tortura
Ele tinha sido levado à casa em que a irmã de Riaz vivia com o namorado, em Ilford, no leste de Londres.
Os gritos da vítima durante as sessões de tortura foram ouvidos pelos vizinhos, mas ninguém avisou a polícia.
Pouco após o desaparecimento de Mahmood, o carro usado no sequestro apareceu desmantelado. Riaz foi preso como suspeito.
Parte da parede e os azulejos do banheiro do apartamento onde Mahmood foi torturado havia sido arrancada, assim como os carpetes do local.
Buscas
Mas a pista crucial para elucidar o crime foi o dedo da vítima, que literalmente caiu do céu, possivelmente do bico de um pássaro.
O momento em que o pedaço do corpo de Mahmood cai no chão de um estacionamento em Ilford foi registrado em uma câmera de circuito interno de segurança.
O funcionário da limpeza que viu o dedo pensou, a princípio, que se tratasse de um pedaço de frango lançado de alguma janela do prédio de escritórios, que fica a cerca de um quilômetro e meio do local onde Mahmood foi morto.
Um exame forense identificou o dedo e relacionou o sangue encontrado nele ao sangue encontrado na casa de Ilford. A polícia revirou lixões da região em busca do corpo de Mahmood, mas sem sucesso. Os investigadores chegaram a estudar rotas de voos de pássaros para tentar descobrir onde o corpo da vítima pode ter sido enterrado, mas não tiveram sucesso.
A polícia afirmou que está determinada a continuar buscando o corpo de Mahmood, para que a família possa dedicar-lhe um enterro digno.
Riaz foi condenado pela Justiça britânica junto com cinco cúmplices e aguarda a divulgação da sentença. Apesar dos resultados da investigação, a corporação foi criticada pela comissão que supervisiona o trabalho policial, IPCC, para quem a polícia subestimou a campanha de terror de Riaz contra Nahid.
Para o órgão, se tivesse prestado atenção às denúncias na época, a polícia poderia ter prendido o assassino antes do sequestro de Mahmood.