Jornal Estado de Minas

Destruição militar da Líbia será "em dias ou semanas", diz chanceler francês

O comandante da Aeronáutica britânica em operação na Líbia, Greg Bagwell, havia dito, horas antes, que a Força Aérea de Muamar Khadafi não existia mais como ameaça militar - Foto: AFP PHOTO / ARIS MESSINIS
O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, disse nesta quinta-feira que a destruição do poderio militar do líder líbio, Muamar Kadafi, deve ser atingida em questão de dias ou semanas e não meses.

Juppe defendeu o ritmo da campanha militar para impor uma zona de exclusão aérea na Líbia e disse que ninguém deveria ter esperado que o desmantelamento da capacidade militar de Khadafi ocorresse em alguns dias.

A zona de exclusão aérea foi estabelecida na semana passada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, com o objetivo de proteger civis de ataques pelas forças leais a Kadafi. Uma coalizão de países, entre eles os Estados Unidos, tem lançado ataques na Líbia desde o fim de semana para torná-la uma realidade.

O ministro das Relações Exteriores francês disse esperar que a campanha no país “sirva de exemplo” a regimes “ditatoriais”. “Venho dizendo que o trabalho de um ditador é de alto risco”, afirmou Juppé.

Combates

Também nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que seu governo continua em contato com rebeldes líbios a quem disse ter pedido que iniciem preparativos para um processo de transição de poder.

Hague disse que as negociações estão sendo feitas com o Conselho Nacional Interino, baseado na cidade de Benghazi (leste da Líbia), e que um representante da organização foi convidado para a conferência internacional sobre a Líbia que o governo britânico organiza em Londres, na próxima terça-feira.

Confrontos entre rebeldes e forças pró-governo da Líbia continuaram na madrugada desta quinta-feira, apesar da quinta noite consecutiva de ataques aéreos promovidos pela coalizão internacional.

Várias explosões foram ouvidas durante a madrugada na capital do país, Trípoli.
Na cidade de Misrata (oeste do país), a terceira maior da Líbia, parcialmente controlada pelos rebeldes, tanques do governo dispararam contra uma área próxima a um hospital.

Também há relatos de combates intensos entre rebeldes e forças leais a Khadafi na cidade de Ajdabiya, no leste, mais perto de Benghazi.

Moradores da cidade relataram ter visto disparos de mísseis e de artilharia e casas incendiadas.
Uma explosão foi relatada em uma base militar na região de Tajura, ao leste de Trípoli.

Civis

Um comandante americano da missão na Líbia, o contra-almirante Gerard Hueber, afirmou na quarta-feira que não há relatos de mortes de civis durante a ofensiva aérea da coalizão internacional.

A declaração de Hueber foi feita após o governo líbio ter afirmado que havia civis entre as vítimas dos ataques.
“Estamos pressionando as tropas terrestres de Khadafi que estão ameaçando as cidades”, disse Hueber, esclarecendo que isso vem sendo feito por ataques aéreos. “Nossa missão aqui é proteger a população civil. Por isso, escolhemos nossos alvos e planejamos nossas ações tendo isso como nossa prioridade máxima.”