A atitude do regime Kadafi, segundo a matéria do New York Times, evidencia o clientelismo político e a cultura de corrupção endêmica na Líbia e que se acentuaram em 2004, quando os Estados Unidos retomaram suas relações comerciais com Trípoli.
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Líbia: forças de Kahafi matam 109 em uma semana em MisrataLíbia diz que 100 civis morreram até agora em ataquesTurquia diz que Otan assumirá operações na LíbiaOs empresários americanos, ansiosos por fazer negócios nesta região do norte da África, foram manipulados por Kadafi e seus filhos, que, segundo a matéria, obtiveram uma quantia que totaliza vários milhares de milhões.
É esta soma que permite a Kadafi manter-se no poder, apesar da rebelião do povo líbio contra o regime e os ataques aéreos da coalizão ocidental contra as forças fieis ao líder líbio.
"A Líbia é uma cleptocracia, na qual o regime (seja a família de Kadhafi ou seus aliados) tem interesses diretos em tudo que possua valor", afirma o departamento de Estado, citado pelo jornal americano.
Os interesses empresariais também ganharam um novo fôlego na Líbia em 2008, quando Trípoli admitiu sua responsabilidade no atentado de Lockerbie.
O New York Times afirma que uma dúzia de empresas americanas, entre as quais Boeing, Raytheon, ConocoPhilips, Occidental, Caterpillar e Halliburton, procuraram imediatamente se estabelecer na Líbia.
Algumas companhias relacionadas neste método de extorsão pagaram uma verdadeira fortuna. A Occidental Petroleum repassou um bilhão de dólares à Líbia como parte de um contrato de 30 anos.
Juan Zarate, ex-alto assessor da Casa Branca na administração de George W. Bush (2001-2009), afirmou que Washington fez "um acordo com o demônio" quando retomou o comércio com a Líbia.
"A esperança era de que, com a normalização, Kadafi agisse menos como o cão louco do Oriente Médio e fosse mais parceiro", afirmou ao Times.
Em 21 de dezembro de 1988, foi realizado um atentado terrorista contra o voo da Pan Am que explodiu sobre a cidade escocesa de Lockerbie, matando 270 pessoas.