A última semana foi de muito trabalho e tristeza para o engenheiro elétrico brasileiro Norberto Shinji Mogi, 46 anos. Ele foi à região de Sendai, na província de Miyagi, ajudar como voluntário e viu de perto a destruição causada pelo terremoto e pelo tsunami do dia 11 de março “O rastro de destruição é muito extenso. Muitos vilarejos foram totalmente varridos e isso não aparece na mídia”, disse o brasileiro à BBC Brasil.
As escolas das vilas por onde ele passou não existem mais e, por isso, as crianças não têm perspectiva de voltar às salas de aula tão cedo. “O que mais me tocou foi ver essas crianças que perderam tudo, inclusive a família toda.”
Há 20 anos no Japão, Mogi comanda uma empresa de construção civil em Tóquio e resolveu arregaçar as mangas por conta própria. “Fui com mais dois brasileiros e levei dois caminhões e um trator da empresa para ajudar a desobstruir as vias e limpar as casas.”
No início, a ideia era ajudar por três dias, mas o trabalho era tanto que eles acabaram ficando seis dias no local.
“A gente trabalhou direto, quase sem parar, e, no fim, parece que não tínhamos feito nada, tamanha a quantidade de entulhos que têm por lá”, afirma.
Mogi e os colegas foram para a região de Miyagi no dia 18. “Como o Exército e os bombeiros agiram rápido, achávamos que encontraríamos um cenário menos catastrófico. Mas não foi o que vimos”, diz.
O brasileiro afirma que, enquanto fazia o trabalho de remoção de entulhos, encontrou muitos corpos. “Muitos lugares não tinham sido vasculhados ainda e vi muitos corpos dentro dos carros”.
Como eles não podiam remover os mortos, enrolavam em cobertores e panos. “É tudo muito triste”, afirma.
De volta à Tóquio, Mogi já pensa em voltar para ajudar mais. “Quero levar ferramentas e equipamentos para construir ofurôs grandes com o entulho das casas”.
Entrega de alimentos
Outro grupo de brasileiros também foi levar ajuda às vítimas do tsunami. Eles arrecadaram e entregaram, no dia 15, duas toneladas de alimentos, água, roupas e cobertores na região de Sendai. “Gastamos 31 horas de viagem. Foi cansativo, mas muito compensador”, diz o músico Ronaldo Jotta Sugimoto, 32 anos.
Ele e outros 11 brasileiros de várias regiões organizaram um comboio com três caminhões e dois ônibus e, apesar do medo da contaminação nuclear, levaram adiante a missão. “As pessoas nos agradeciam e isso me emocionou bastante”, afirma o brasileiro, que se impressionou com o sentido de grupo e a consciência dos japoneses. “Uma japonesa com filho pequeno aceitou o leite e fraldas. Nós oferecemos mais uma lata, mas ela não aceitou e disse para darmos para outra pessoa que também estivesse precisando”, diz.
O grupo já arrecadou outras duas toneladas de alimentos e agora estuda a melhor forma de entregar a doação.
As escolas das vilas por onde ele passou não existem mais e, por isso, as crianças não têm perspectiva de voltar às salas de aula tão cedo. “O que mais me tocou foi ver essas crianças que perderam tudo, inclusive a família toda.”
Há 20 anos no Japão, Mogi comanda uma empresa de construção civil em Tóquio e resolveu arregaçar as mangas por conta própria. “Fui com mais dois brasileiros e levei dois caminhões e um trator da empresa para ajudar a desobstruir as vias e limpar as casas.”
No início, a ideia era ajudar por três dias, mas o trabalho era tanto que eles acabaram ficando seis dias no local.
“A gente trabalhou direto, quase sem parar, e, no fim, parece que não tínhamos feito nada, tamanha a quantidade de entulhos que têm por lá”, afirma.
Mogi e os colegas foram para a região de Miyagi no dia 18. “Como o Exército e os bombeiros agiram rápido, achávamos que encontraríamos um cenário menos catastrófico. Mas não foi o que vimos”, diz.
O brasileiro afirma que, enquanto fazia o trabalho de remoção de entulhos, encontrou muitos corpos. “Muitos lugares não tinham sido vasculhados ainda e vi muitos corpos dentro dos carros”.
Como eles não podiam remover os mortos, enrolavam em cobertores e panos. “É tudo muito triste”, afirma.
De volta à Tóquio, Mogi já pensa em voltar para ajudar mais. “Quero levar ferramentas e equipamentos para construir ofurôs grandes com o entulho das casas”.
Entrega de alimentos
Outro grupo de brasileiros também foi levar ajuda às vítimas do tsunami. Eles arrecadaram e entregaram, no dia 15, duas toneladas de alimentos, água, roupas e cobertores na região de Sendai. “Gastamos 31 horas de viagem. Foi cansativo, mas muito compensador”, diz o músico Ronaldo Jotta Sugimoto, 32 anos.
Ele e outros 11 brasileiros de várias regiões organizaram um comboio com três caminhões e dois ônibus e, apesar do medo da contaminação nuclear, levaram adiante a missão. “As pessoas nos agradeciam e isso me emocionou bastante”, afirma o brasileiro, que se impressionou com o sentido de grupo e a consciência dos japoneses. “Uma japonesa com filho pequeno aceitou o leite e fraldas. Nós oferecemos mais uma lata, mas ela não aceitou e disse para darmos para outra pessoa que também estivesse precisando”, diz.
O grupo já arrecadou outras duas toneladas de alimentos e agora estuda a melhor forma de entregar a doação.