Pelo menos 20 pessoas morreram nesta sexta-feira quando homens armados dispararam na multidão que pedia mais liberdade política na cidade síria de Deraa, segundo testemunhas.

Nesta sexta-feira, milhares de pessoas compareceram às manifestações contra o governo em várias cidades sírias. Em Deraa, as pessoas que protestavam contra o regime se misturaram aos funerais de manifestantes mortos por forças de segurança na quarta-feira. Pelo menos 25 pessoas teriam sido mortas após autoridades dispararem contra a multidão.

Na quinta-feira, o governo anunciou que consideraria a introdução de reformas políticas, entre elas a decretação do fim do estado de emergência. Também foi anunciada a libertação de todos os detidos desde o início dos protestos, na semana passada.

Segundo analistas, a onda de protestos em Deraa é um dos maiores desafios enfrentados pelo presidente Bashar Al Assad desde que ele assumiu o governo, no ano 2000.

A atual crise começou na última sexta-feira (18), quando moradores de Deraa protestaram contra a detenção de 15 crianças por terem escrito frases contra o governo em um muro. Nesta quarta-feira (23), as forças de segurança ameaçaram invadir uma mesquita, alegando que ela estava sendo usada por gangues para estocar armas.

Na ocasião, o governo disse que na mesquita havia "crianças raptadas" que estavam sendo usadas como escudos humanos. Centenas de pessoas reuniram-se então no local para impedir a invasão. Os choques com forças de segurança aumentaram, após a chegada de mais pessoas de vilas próximas que foram à Deraa participar dos protestos.

Há relatos de que as forças de segurança dispararam indiscriminadamente contra a multidão, embora o governo tenha negado. O governo tem atribuído os atos de violência a “desordeiros” que desejam espalhar o pânico entre a população e prometeu investigar as mortes.